Pesquisas do HCor ganham projeção mundial
Estudos do Instituto de Ensino e Pesquisa avaliam a eficácia de medicamentos na prevenção de eventos cardiovasculares como o infarto agudo do miocárdio
Há mais de 10 anos, o Instituto de Ensino e Pesquisa do HCor (IEP) lidera e coordena diversos estudos mundiais e nacionais que já se tornaram referência não só em cardiologia, mas também em outras especialidades médicas. Os dois estudos mais recentes que obtiveram grande destaque no meio científico foram concebidos dentro da área cardiológica e avaliam a eficácia de medicamentos na prevenção de eventos cardiovasculares, mais especificamente casos de infarto agudo do miocárdio. Um desses estudos é o TREAT. O IEP coordenou 170 centros de pesquisa e 3.800 pacientes em 10 países: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Colômbia, Nova Zelândia, Peru, Rússia e Ucrânia. Só no Brasil, 32 hospitais participaram do projeto que avaliou pacientes com infarto agudo do miocárdio com entupimento total de artéria coronária por um coágulo.
Há duas maneiras de desobstruir artérias. Por meio de medicação que dissolve o coágulo (trombolítico) ou cirurgia (angioplastia). “Com a medicação Ticagrelor, os pacientes tratados com angioplastia apresentaram resultados superiores aos pacientes que recebiam o medicamento Clopidogrel, em prevenir o risco de complicações decorrentes do infarto”, explica o diretor do IEP HCor, Dr. Alexandre Biasi.
Benefícios da estatina
Já no estudo SECURE, totalmente realizado no Brasil, com parcerias com o Instituto Brasileiro de Pesquisa Clínica e o Ministério da Saúde, foram 58 hospitais e 4.200 pacientes com infarto agudo do miocárdio. É a maior pesquisa conduzida para avaliar a ação das estatinas na fase aguda do infarto. A medicação Atorvastatina foi administrada em dois momentos: antes e após o procedimento de angioplastia. “Foi descoberto que as estatinas possuem outros mecanismos de ação que beneficiam a função endotelial (camada interna dos vasos sanguíneos), com ação anti-inflamatória potente, além da redução de tromboses. Estes mecanismos estão implicados na piora do quadro de infarto e, se conseguirmos reverter estas ações, o paciente terá menor chance de complicações futuras”, comenta Dr. Biasi.
O SECURE foi apresentado na sessão de Late Breaking Trials, do American College of Cardiology, realizado em março, em Orlando, nos Estados Unidos, e publicado em um dos periódicos científicos mais prestigiados no mundo, o JAMA (Journal of the American Medical Association).