Gamma Knife oferece tratamento mais seguro e eficiente para distúrbio neurológico de maior incidência no Brasil
A neuralgia do trigêmeo provoca dores súbitas e lancinantes na face e pode comprometer a rotina das pessoas; equipamento neurocirúrgico de última geração do HCor permite tratar a doença sem incisões
Todos os anos, cinco em cada 100 mil pessoas no País são diagnosticadas com neuralgia do nervo trigêmeo, problema neurológico de maior incidência no Brasil e no mundo. A doença afeta as terminações nervosas das áreas responsáveis pelas funções motoras e sensitivas do cérebro, provocando crises lancinantes de dor na face, de curta duração. “Podem ocorrer dezenas ou até centenas de vezes por dia, ao serem desencadeadas por atividades triviais como escovar os dentes, fazer a barba, falar, mastigar ou mesmo tomar vento frio no rosto”, revela a equipe de neurologia do HCor.
Em função de suas características, a doença costuma ser confundida e os portadores chegam a adotar tratamentos sem a menor relação com o problema. “Quando conseguem um diagnóstico preciso, o tratamento nem sempre é realizado com facilidade. Em metade dos casos o uso de medicamentos não surte efeito, o que leva o paciente para a cirurgia”, comenta o neurocirurgião do HCor, Dr. Miguel Canteras.
Atualmente, com a tecnologia de um equipamento neurocirúrgico de última geração, conhecido como Gamma Knife, é possível anular os efeitos da neuralgia do trigêmeo, sem incisões. Ao emitir um tipo de radiação, conhecida como raios gamma, através da caixa craniana do paciente, o Gamma Knife consegue eliminar o distúrbio com extrema eficiência. “O paciente não precisa ser internado, raspar o cabelo ou ser submetido à anestesia.
Apenas se deita na maca acoplada ao aparelho e recebe uma única emissão de radiação gamma focada, precisamente, no ponto onde o problema está”, explica a a equipe de neurologia do HCor.
Controle Robótico
Tamanha precisão é fundamental, assim, é possível poupar áreas saudáveis do cérebro de significativas doses de radiação. “A precisão chega a ser de 0.3 mm. Em grande parte, tal desempenho é obtido em função do controle robótico do aparelho, o que torna o procedimento, como um todo, praticamente, à prova de falhas”, avalia o radio-oncologista do hospital, Dr. João Victor Salvajolli.