Excelência em cardiologia
O início das atividades do HCor ocorreu praticamente junto com o nascimento da cirurgia cardíaca nos moldes como a conhecemos hoje. Desde 1976, quando abriu suas portas, a instituição nunca deixou de acompanhar de perto o que há de mais avançado nessa área em termos de tratamentos. Uma das maiores revoluções recentes envolveu a implementação das salas híbridas. As primeiras versões surgiram há cerca de quinze anos em centros internacionais de referência, derrubando as barreiras entre centro cirúrgico e a infraestrutura de apoio, com aparelhos de alta definição para exames de imagem em tempo real, que auxiliam com precisão durante procedimentos de maior complexidade. “Pesquisamos nos principais centros internacionais até encontrarmos os modelos mais avançados de sala híbrida, com recursos de excelência que atendessem nossas necessidades tanto para cardiologia quanto para neurologia”, afirma Antonio Carlos Kfouri, superintendente corporativo do HCor.
Com ergonomia planejada de forma a acomodar equipamentos e todos os profissionais de equipes multidisciplinares, as salas híbridas unem dois “mundos” que até então trabalhavam separadamente. Por isso, havia a necessidade de transportar o paciente para o setor de diagnóstico por imagem no caso dos médicos detectarem algum problema mais sério durante a operação, por exemplo.
A sala híbrida de cardiologia permite unir no mesmo ambiente o cirurgião cardíaco e o cardiologista intervencionista. Esta atuação conjunta faz toda a diferença em procedimentos de alta complexidade, possibilitando o uso de técnicas de especialidades distintas, porém complementares, quase que simultaneamente em busca do melhor resultado. Uma vantagem adicional é o acesso na mesma sala a equipamentos de última geração, a exemplo do raio X que permite a visualização de um plano em imagens tridimensionais que têm um funcionamento similar ao de um tomógrafo. Com isso, os médicos podem fazer nos monitores da sala híbrida comparações entre exames anteriores do paciente arquivados no sistema e as novas imagens obtidas durante a cirurgia. Há ainda um programa especial, o Econavigator, criado para que o ecocardiografista faça marcações a fim de guiar o intervencionista no momento do procedimento com precisão milimétrica.
Aqui, não cuidamos apenas da doença, mas, principalmente, do paciente, em todas as suas necessidades, como apoio psicológico, além de conhecer cada aspecto das etapas que compõem o tratamento
Este ambiente de alta tecnologia permite conseguir uma melhora significativa no entendimento, planejamento e monitoramento da operação. Esses avanços proporcionam uma série de benefícios aos pacientes. A recuperação da cirurgia é mais rápida, pois a tecnologia aplicada permite procedimentos muito menos invasivos. Em situações extremas, há uma economia preciosa de tempo que pode ser determinante para salvar vidas.
O “DNA” de constante inovação e aprimoramento do HCor no tratamento de doenças do coração foi plantado pelos médicos pioneiros do serviço, em especial, o Prof. Dr. Adib Jatene. “Não devemos esquecer que, nesse binômio hospital e corpo clínico, sempre estiveram à frente das principais decisões a genialidade, competência e capacidade de trabalho do Dr. Adib Jatene”, afirma Dr. Edson Romano, diretor clínico do HCor, que atua na instituição desde 1977, um ano após a inauguração. “Ele foi um dos maiores especialistas e cirurgiões dessa área na história da cardiologia brasileira e internacional”, acrescenta Dr. Carlos Alberto Buchpiguel, superintendente médico do HCor.
Dr. Adib Jatene desenvolveu técnicas que continuam sendo utilizadas no Brasil e no mundo até hoje. Exemplo disso foi a cirurgia batizada com o seu sobrenome, usada pela primeira vez em 1975 para a transposição de grandes artérias. Quatro décadas depois, ela continua sendo a alternativa mais confiável para o enfrentamento dessa cardiopatia. Além de criar uma cultura dentro do HCor de pesquisa e desenvolvimento, nomes como o do Dr. Adib Jatene implementaram na instituição outros pilares importantes, como o tratamento humanizado. “Aqui, não cuidamos apenas da doença, mas, principalmente, do paciente, em todas as suas necessidades, como apoio psicológico, além de conhecer cada aspecto das etapas que compõem o tratamento”, explica Dr. Marcelo Jatene, um dos quatro filhos do Dr. Adib Jatene e cirurgião cardíaco do HCor especializado em crianças com cardiopatias congênitas.
O pioneirismo do HCor em vários setores da cardiologia é uma decorrência direta de sua tradição de vanguarda. Algumas condições criaram o ambiente perfeito para isso ocorrer. “O hospital sempre procurou trazer para seus domínios cirurgiões e outros profissionais dispostos a oferecer o que de melhor existe no tratamento das doenças do coração”, afirma Dr. Marcelo Jatene.
A Cardiopediatria do HCor comprova esse círculo virtuoso. Poucos centros do Brasil possuem hoje a mesma expertise no setor. Portadores da doença em qualquer idade recebem suporte completo na instituição. Quando há suspeita de cardiopatia no feto, por exemplo, a gestante passa por um ecocardiograma específico para avaliação do caso. Se o problema for confirmado, entra em cena uma equipe multidisciplinar para iniciar o tratamento.
A cultura da busca permanente da excelência no atendimento se espalha por todas áreas do hospital. Na prevenção, o serviço tem um dos programas mais avançados de check-up do país, oferecido na unidade Paraíso e também na Unidade Avançada Cidade Jardim. Ele é capaz de identificar patologias por meio de um mapeamento completo e personalizado da saúde do paciente, levando em conta ohistórico pessoal, hábitos de vida e antecedentes familiares.
“No caso do check-up cardiológico, de forma geral, recomendamos sua realização a partir dos 45 anos de idade para os homens, e para as mulheres na época da menopausa. Quando existe histórico familiar importante, ou seja, doença com menos de 55 anos no homem e 65 anos na mulher, deve-se iniciar essa avaliação mais precocemente, a partir dos 30 ou 35 anos de idade”, afirma Dr. Edson Romano. A avaliação é feita por um cardiologista e uma equipe multidisciplinar com nutricionista, fisiatra, urologista ou ginecologista, oftalmologista e dermatologista, além de uma bateria de análises laboratoriais e exames de imagem, entre eles avaliações diagnósticas mais detalhadas como angiografia, angiotomografia, angioressonância e ultrassom com Doppler.
No universo das arritmias cardíacas, o HCor conduz estudos mundiais e possui um centro de atendimento que se tornou referência em procedimentos como implante de marcapassos, ablações de alta complexidade, entre outros tratamentos realizados com excelência pela instituição.
Na área da reabilitação cardíaca, os médicos desenvolveram um programa completo de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica. Os exercícios são aplicados por um time de profissionais em equipamentos modernos. Uma das tecnologias utilizadas é a Telemetria Multicanal, que permite ao médico controlar à distância a resposta eletrocardiográfica durante o esforço físico do paciente.
Outro serviço de ponta que promove a inovação permanente na estrutura do HCor é o Instituto de Pesquisa. Um dos objetivos do setor é liderar pesquisas clínicas nacionais e internacionais capazes de trazer impacto positivo no tratamento de doenças cardiovasculares e também de outras patologias (veja matéria aqui).
Ainda faz parte do DNA do HCor a forte vocação filantrópica que abrange várias especialidades, principalmente a cardíaca. “A filantropia existe desde a fundação do hospital e continua sendo exercida nos campos da cardiopediatria, da cirurgia cardíaca pediátrica e da cardiologia fetal em projetos de parceria com o Ministério da Saúde envolvendo assistência a crianças cardiopatas em todo o Brasil, além da formação e treinamento de equipes multiprofissionais provenientes de outros Estados”, completa Dr. Marcelo Jatene.
Referência internacional em cardiologia intervencionista
O serviço de Hemodinâmica, que realiza cateterismos, implante de stents e outros procedimentos de maior complexidade, foi um dos que mais cresceram no universo da cardiologia nas últimas décadas. Um dos melhores exemplos disso é a expansão em larga escala do uso do stent, implantado pioneiramente em 1987 pelo Prof. Dr. José Eduardo Sousa, chefe da Hemodinâmica do HCor. Depois disso, a prótese metálica passou a ser utilizada em vários países e calcula-se que foi responsável pela desobstrução de artérias de mais de 8 milhões de pacientes no mundo. O setor continuou pesquisando formas de melhorar a técnica e, em 2002, começou a utilizar o stent farmacológico, uma nova geração da prótese recoberta por medicamento. Reconhecida mundialmente como um dos principais avanços da cardiologia, a invenção rendeu inúmeras premiações ao Dr. Sousa, idealizador desta nova versão. Só nos primeiros dez anos (2002-2012) foram utilizados 7 mil stents farmacológicos em pacientes do HCor para tratamento de doença arterial coronária. Já em 2015, o HCor também liderou a aplicação da mais recente inovação do setor: o stent bioabsorvível. Esse novo dispositivo, que vem registrando resultados bastante promissores, tem a mesma função do convencional, mas com uma diferença operacional importante. Ele é feito com polímero de uso biológico e quando entra em contato com a parede dos vasos sanguíneos, reage quimicamente, sendo transformado em água e dióxido de carbono, com objetivo de deixar os vasos livres das placas de gordura e do próprio stent, que serviu de “molde” quando foi implantado. A reabsorção destes novos stents começa seis meses após o implante e desaparece em até dois anos sem deixar qualquer sinal do seu uso prévio.