Causado pelo esgotamento físico, mental e estresse, a síndrome de Burnout pode ser tratada com terapias integrativas como acupuntura, meditação, etc. Além disso, é importante inserir no cotidiano aquilo que nos proporciona prazer como ler um livro, ouvir músicas ou outras atividades que façam sentido e tragam satisfação para a nossa rotina
A saúde mental tem sido um assunto cada vez mais abordado em nosso cotidiano, tanto no âmbito pessoal quanto profissional. O desenvolvimento de doenças emocionais traz consequências importantes como prejuízos relacionados aos sintomas dos transtornos mentais, estresse, sinais de ansiedade e casos de depressão, além de afastamentos médicos e queda da produtividade em geral. Ressaltando o quanto a saúde mental é importante para a qualidade de vida, a campanha Janeiro Branco, criada em 2014, tem o objetivo de sensibilizar a população para um olhar voltado à saúde da mente.
A Physicians Foundation realizou, nos EUA, uma pesquisa com 13 mil médicos sobre síndrome de Burnout – uma síndrome gerada pela cronicidade do estresse decorrente de situações do ambiente de trabalho. Nesse estudo, dois terços manifestaram sentimentos negativos sobre a profissão, como o excesso de burocracia e de regulação, ente outros fatores, estariam levando à deterioração da relação médico-paciente e à redução da autonomia, tão característica da prática médica.
De acordo com a gerente do Serviço de Psicologia do HCor (Hospital do Coração), Silvia Cury Ismael, a síndrome de Burnout possui alta prevalência em profissionais da saúde, já que esta é uma área em que tais características ocupacionais são frequentes. “Exaustão, esgotamento físico e emocional do profissional, que se distancia física e emocionalmente de relacionamentos interpessoais e contexto do seu trabalho, sensação de incompetência e declínio da produtividade, são alguns dos sintomas que precisam ser observados”, esclarece a psicóloga do HCor.
A doença, quando acompanhada de forma adequada, pode acarretar em quadros mais graves como transtornos depressivos e ansiosos. “A partir do momento que cuidamos da saúde mental e qualidade de vida, aprendemos novas formas de lidar com situações cotidianas e a prevenir o desenvolvimento da síndrome de Burnout”, explica Silvia Cury Ismael.
Dicas de como cuidar da saúde mental
O primeiro passo para cuidar da saúde mental é ter autoconhecimento. “Somente podemos mudar nossos comportamentos quando nos conhecermos de fato. E uma estratégia fundamental para isso é a psicoterapia. Ela auxilia no desenvolvimento de reflexões e questionamentos que tornam o individuo consciente da causa de suas ações, e permite a possibilidade de mudanças comportamentais através de técnicas específicas para cada caso”, orienta a psicóloga do HCor.
Diversos estudos apontam que a combinação de atividade física, dormir aproximadamente oito horas por dia e manter alimentação saudável, contribuem significativamente para a redução de estresse, sintomas de ansiedade e depressão, pois regula os hormônios e substâncias relacionadas ao sistema nervoso.
Existem terapias integrativas que também funcionam como recurso para a saúde mental como acupuntura, meditação, etc. “Além disso, é importante inserir no cotidiano aquilo que nos proporciona prazer como ler um livro, ouvir músicas ou outras atividades que façam sentido e tragam satisfação para a nossa rotina. Vale ressaltar que, cuidar da saúde mental é uma responsabilidade não só no mês de janeiro, mas durante o ano todo, o que possibilitará uma vida mais leve e com mais qualidade.