Segundo fisiologista do HCor, as baixas temperaturas provocam alterações no organismo que diminuem a sensação de sede e fazem com que muitas pessoas acabem reduzindo o consumo diário de líquido; para reverter essa situação, profissional do hospital mostra como identificar o problema e manter a hidratação necessária nesta época do ano
No verão, suamos frequentemente e sentimos mais sede. Por isso, é natural que tenhamos uma preocupação maior com a hidratação. Porém, o que pouca gente sabe é que o risco de desidratação também existe no inverno. “Além de nos fazer suar menos, as baixas temperaturas provocam alterações no organismo que diminuem a sensação de sede. Isso faz com que muitas pessoas acabem reduzindo o consumo diário de líquido, o que pode ser prejudicial à saúde”, revela o fisiologista do HCor – Hospital do Coração, Diego Leite de Barros.
Barros explica que a falta de sede que sentimos no inverno se dá principalmente por causa das mudanças sofridas por um hormônio conhecido como ADH, ou antidiurético. Nos dias frios, essa molécula desencadeia reações que fazem com que a circulação sanguínea fique concentrada nos vasos centrais para preservar o calor do corpo. Esse processo traz uma sensação interna de que estamos suficientemente hidratados. Consequentemente, nosso organismo leva mais tempo para se dar conta de que precisa de líquido. “Jamais podemos nos esquecer de que, no frio, precisamos de tanta água, quanto no calor. Ter essa consciência é ainda mais importante no caso de quem pratica atividades físicas regulares – o que sempre demanda uma reposição ainda maior de líquido”, avalia. “Por isso, é imprescindível conhecer os sintomas da desidratação nessa época do ano para que possamos evitar o problema e manter a saúde em dia”, recomenda.
Sintomas – Para que possamos identificar quando o corpo precisa de hidratação no inverno, Barros aponta alguns sinais que vão muito além da simples sensação de sede. Entre eles estão: febre repentina, dor de cabeça, boca seca, prisão de ventre, irritabilidade, problemas de pele, como ressecamento, eczema e dermatite, além de urina mais escura e espeça. “Quadros de desidratação são bastante perigosos porque enfraquecem o sistema imunológico e favorecem o surgimento ou o agravamento de diferentes tipos de doenças. Tanto que, no inverno, observamos que há um aumento na incidência de infecções urinárias e problemas renais, por exemplo”, revela. “Tais ocorrências, também costumam estar relacionadas à desidratação”, acrescenta.
Prevenção – Para manter a hidratação necessária, o principal cuidado sugerido por Barros é não deixar de beber, pelo menos, dois litros de água por dia. Quem pratica exercícios deve procurar beber rigorosamente a mesma quantidade de líquido que costuma ingerir no verão, mesmo suando menos. “Pessoas que se submetem a exercícios que exigem um pouco mais do condicionamento físico chegam a consumir até 8 litros d’água em um só dia. Nesses casos, é ainda mais importante ficar atento para que esse volume seja mantido, já que, sem a hidratação necessária, durante o treino, o indivíduo pode sofrer danos em sua musculatura, por exemplo”, alerta. “Contudo, se tomarmos todos os cuidados necessários, é possível passarmos pelos períodos frios de maneira tão saudável, quanto passamos pelas épocas mais quentes do ano”, conclui o fisiologista do HCor.