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Março Marinho: levantamento aponta queda de mais de 30% na procura por exames de rastreamento do câncer colorretal

Março Marinho: levantamento aponta queda de mais de 30% na procura por exames de rastreamento do câncer colorretal

Dados do HCor, hospital multiespecialista de São Paulo, comparam números de 2019 e 2020

Mês de março é marcado pela conscientização à prevenção da doença

Assim como vem ocorrendo em diferentes especialidades, os cuidados com o diagnóstico precoce do câncer colorretal também sofreram impactos, por conta da pandemia de Covid-19. É o que demonstra um levantamento do HCor – hospital multiespecialista em São Paulo – que aponta uma queda de 32% na realização de exames de colonoscopia em 2020, em comparação ao ano de 2019.

A colonoscopia é a principal aliada no rastreamento dos tumores de cólon e reto que, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), devem acometer mais de 40 mil brasileiros por ano, no triênio 2020/2022.

De acordo com André Siqueira, cirurgião do aparelho digestivo do HCor, fatores como obesidade, sedentarismo e má alimentação podem aumentar o risco de desenvolvimento da doença. Além disso, o histórico familiar também é fundamental para avaliar o paciente e até mesmo antecipar seus exames de rastreamento.

“Em geral, a colonoscopia é recomendada para pessoas acima dos 45 anos. No entanto, pacientes que tenham na família casos da doença em parentes de 1º grau ou que tenham diagnóstico de retocolite (doença intestinal inflamatória e crônica), por exemplo, devem ser orientados caso a caso”, explica.

A realização precoce da colonoscopia também pode ser indicada para aqueles que apresentam sintomas como dor abdominal, perda de peso sem causa aparente, alteração do trânsito intestinal ou sangue nas fezes.
Segundo Siqueira, é preciso estar atento aos sinais do corpo e não deixar de lado os cuidados com a saúde, mesmo durante a pandemia. “Sabemos da preocupação de todos com a possibilidade de se infectar com a Covid-19, no entanto, diagnósticos como os de câncer não podem esperar”, reforça.

O especialista relembra que a maioria das instituições de saúde possuem alas separadas de atendimento a síndromes gripais, o que viabiliza o atendimento seguro dos pacientes. “Aqui no HCor, temos fluxos completamente apartados de síndrome gripal e pacientes não Covid (HCor mais Seguro) desde o início da pandemia. O hospital também é certificado pelo Instituto Brasileiro para Excelência em Saúde, com o selo de Melhores Práticas de Prevenção e Enfrentamento à Pandemia de Coronavírus”.

Colonoscopia: preparo e realização
A colonoscopia é um exame que permite observar o revestimento interno do intestino grosso e a parte final do intestino delgado. O procedimento ajuda a encontrar pólipos, inflamações, úlceras e, sobretudo, no rastreamento do câncer colorretal.

De acordo com Paula Poletti, médica endoscopista do HCor, para obter um exame com resultados satisfatórios, a boa qualidade do preparo colônico (limpeza intestinal) é fundamental. Nesse processo, que requer dieta prévia e o uso de laxativos mais fortes para a limpeza do conteúdo intestinal, o paciente pode ter desconforto e mal estar no preparo. No entanto, atualmente, é possível optar por fazer essa preparação dentro do ambiente hospitalar, com acompanhamento especializado.

“No HCor, por exemplo, após realizar a dieta em casa no dia anterior, na data do procedimento, o paciente dá entrada no Setor de Endoscopia pela manhã, onde inicia o uso dos laxativos sob cuidados especializados. Ali, ele recebe hidratação e todo o suporte necessário individualizado, de acordo com sua idade, condições de saúde e medicações em uso, em um quarto individual com banheiro exclusivo”, explica.

Paula comenta ainda que esse modelo de preparo hospitalar não garante somente mais conforto, mas é fundamental para a segurança de todos os pacientes, em especial dos cardiopatas e daqueles que apresentem outros problemas de saúde.

“Todos estes cuidados fazem com que o paciente seja submetido à sedação e ao exame em melhores condições de hidratação, com níveis adequados de glicemia e pressão arterial, tornando todo o processo mais seguro”, destaca a endoscopista.

A colonoscopia é realizada com o paciente sedado, de forma indolor. As Sociedades de Gastroenterologia e Endoscopia sugerem que o exame seja realizado a partir dos 45 anos para rastreamento do câncer do cólon e reto, porém sua recomendação pode ser antecipada a depender dos sintomas e histórico do paciente.