Segundo ginecologista do HCor, medida pode ajudar as futuras mães a lidar melhor com o problema e evitar situações de desconforto
Durante a gravidez, um grande número de futuras mães costuma sofrer de incontinência urinária. Entre as razões mais comuns para o problema estão: o relaxamento do esfíncter urinário em função do peso do bebê; a produção de hormônios que evitam contrações, mas também relaxam os músculos do períneo; e o próprio deslocamento do útero que, conforme o crescimento do feto, altera a posição dos outros órgãos e pressiona a bexiga. “Embora seja provocada por razões naturais, a incontinência urinária na gravidez é uma situação que ainda traz muito desconforto entre as grávidas. Porém, medidas relativamente simples podem ajudá-las a lidar melhor com o problema e evitar situações de desconforto”, afirma o Dr. Francis Helber, ginecologista do HCor (Hospital do Coração).
Segundo o Dr. Helber, o tratamento da incontinência urinária na gravidez consiste basicamente em fortalecer os músculos da pélvis, contraindo-os. Isso pode ser feito tanto por meio de sessões de fisioterapia ou Pilates, quanto por meio de exercícios simples que podem ser realizados em casa. “Entre as atividades melhor indicadas para estes casos estão os exercícios de Kegel, cuja função é provocar a contração dos músculos do pavimento pélvico”, aponta o ginecologista do HCor.
Preparação
O Dr. Helber explica que para fazer os exercícios de Kegel de maneira correta é preciso realizar uma preparação. Primeiro, é necessário se deitar de barriga para cima com os joelhos dobrados. Em seguida, é preciso esvaziar a bexiga e depois fazer o movimento de soltar e tentar segurar a urina. “As mulheres devem repetir esse exercício levemente até que possam sentir os músculos pélvicos que, com o tempo, precisam aprender a contrair para controlar a incontinência urinária”, acrescenta o ginecologista do HCor.
Prática diária
Assim que obtiverem plena sensibilidade da região da pélvis, as gravidas precisam, então, manter as contrações por 10 segundos e depois relaxar, durante 15 segundos. O ideal é que as mulheres executem esses movimentos por 10 vezes em três diferentes períodos do dia – manhã, tarde e noite. Elas podem fazer isso sentadas, deitadas ou em pé. Mas no início, fica mais fácil se estiverem deitadas. “Esse exercício restaura o tônus e a força muscular do períneo e de todo o pavimento pélvico. Isso atenua a perda involuntária de urina”, afirma o Dr. Helber. “Outra coisa importante é fazer esse exercício sempre de bexiga vazia. Isso evita doenças como a cistite, causada pelo acúmulo de microrganismos no interior do órgão”, alerta o ginecologista do HCor, lembrando que esse exercício pode ser realizado também em casos de incontinência urinária masculina.
Resultados
O tempo para que os resultados dos exercícios de Kegel possam ser sentidos depende da quantidade de urina perdida involuntariamente por cada mulher. Nos casos mais graves, sente-se a diferença em cerca de 3 meses, quanto os exercícios são realizados corretamente, no mínimo, 3 vezes por dia, como recomendado. Já nos casos mais simples, quando a perda involuntária de urina é menor, os resultados podem ser percebidos em semanas.
“Embora seja uma alternativa mais acessível, é importante realizar esse tipo de atividade física com a supervisão de ginecologistas e fisioterapeutas. Tais profissionais poderão propor planos individualizados de reeducação da musculatura da pelve capazes de atender às necessidades específicas de cada tipo de paciente”, diz o Dr. Helber. “De qualquer forma, vale ressaltar que procurar tratamento para a incontinência urinária é fundamental para que as mulheres tenham uma gravidez mais saudável e confortável”, conclui o ginecologista do HCor.