Estudo diz que doença cardíaca passa de pai para filho.
Cromossomo Y, presente apenas no DNA masculino, carrega herança genética de doença arterial coronariana. Doença é uma das principais causas de mortes e internações no Brasil
Estudo realizado pela Universidade de Leicester, na Inglaterra, revelou que a doença arterial coronariana é transmitida de pai para filho por meio do cromossomo Y, presente apenas no DNA masculino. Realizado durante quatro anos, o estudo foi divulgado na revista médica Lancet.
Os pesquisadores analisaram o DNA de mais de 3.000 homens cadastrados na Fundação Britânica do Coração e no Estudo de Prevenção Coronária do Oeste da Escócia. Eles descobriram que 90% dos cromossomos Y dessas pessoas pertenciam a um dos dois principais grupos que classificam os cromossomos, o Haplogrupo I. Este grupo, em relação ao Haplogrupo R1b1b2, apresentou um risco 50% maior de doença arterial coronariana. Os riscos, de acordo com os pesquisadores, independem de outros fatores tradicionais para o problema, como colesterol, pressão alta e tabagismo.
De acordo com o cardiologista do Hospital do Coração, Dr. César Jardim, a cada ano, aumenta o número de óbitos no Brasil por doença arterial coronária (DAC). “No Brasil são registrados por ano, aproximadamente, 300 mil mortes por doenças do coração e cérebro, isto é, a cada dois minutos, ocorre um óbito em função destas doenças.. Esse estudo é importante para que os homens, em especial, comecem a procurar exames preventivos, principalmente se tiver um histórico da doença por parte paterna”, esclarece.
As doenças cardiovasculares, em especial a Doença Arterial Coronariana (DAC), prevalecem como a principal causa de mortalidade no Brasil e no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Só em 2010, foram 16,7 milhões de mortes relacionadas a complicações coronarianas, sendo 7,2 milhões por DAC. E projeções apontam que em 2020 esses valores possam atingir o patamar de 35 a 40 milhões.
A Doença arterial coronariana provoca deposição de gordura e entupimento de artérias do corpo humano, causando o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral, conhecido como derrame, além da insuficiência renal e a doença vascular periférica, entre outras. “Precisamos também ficar atentos aos fatores de risco, que aumentam a chance de desenvolvimento da doença, como tabagismo, obesidade, hipertensão arterial, colesterol elevado e diabetes. Se controlarmos os fatores de risco, e a isto aliarmos uma vida saudável, com alimentação regrada (não significa sem sabor) e exercícios adequados, reduziremos consideravelmente o risco do aparecimento do infarto”, finaliza Dr. César Jardim.