A doença já atinge 35% da população brasileira, além de ser responsável por desencadear até 80% dos casos de derrame cerebral e 60% dos casos de ataque cardíaco registrados no país
Nesta sexta-feira, 26 de abril, acontece o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. Para conscientizar a população sobre a importância da data, devido à relevância do problema no Brasil, o cardiologista do HCor, Dr. Celso Amodeo, alerta que a doença já atinge 35% da população brasileira, além de ser responsável por desencadear até 80% dos casos de derrame cerebral e 60% dos casos de ataque cardíaco registrados no país.
Prevenir e controlar os índices de hipertensão é de suma importância, já que, segundo dados do Ministério da Saúde, os problemas cardiovasculares são responsáveis por aproximadamente 300 mil mortes por ano no Brasil. Além disso, 50% dos hipertensos no Brasil ainda não sabem que têm o problema.
Também conhecida como pressão alta, a hipertensão arterial pode acometer crianças, adolescentes, adultos e idosos de ambos os sexos. Silenciosa, a doença provoca o estreitamento das artérias e faz com que o coração precise bombear o sangue com cada vez mais força para impulsioná-lo por todo organismo e depois recebê-lo de volta.
“Esse processo dilata o coração, danifica as artérias e, consequentemente, favorece a ocorrência de ataques cardíacos e derrames cerebrais. Uma pessoa é considerada hipertensa quando a sua pressão arterial apresenta valores iguais ou acima de 14 por 9 (140mmHg X 90mmHg)”, esclarece Dr. Amodeo.
Há fatores ambientais, comportamentais e genéticos que possuem grande participação no desenvolvimento da hipertensão durante toda a vida. A obesidade, o sedentarismo, tabagismo, estresse e hábitos alimentares inadequados como ingestão elevada de álcool, sal e gordura estão no topo dos principais fatores de risco que favorecem o aumento da pressão arterial.
De acordo com a nutricionista e gerente de Nutrição Assistencial do HCor, Rosana Perim, a maior parte das modificações de estilo de vida está relacionada ao controle alimentar tanto quantitativo como qualitativo, por meio de medidas dietéticas específicas visando não apenas a redução dos níveis da pressão arterial, mas também a incorporação de hábitos alimentares permanentes.
Mais sabor, menos sal: o sal de cozinha é um tempero universal e muito importante na culinária brasileira, mas também considerado um dos vilões para a nossa saúde quando consumido em excesso. Na alimentação, o sal é a principal fonte de sódio, presente naturalmente em alguns alimentos ou acrescido nas preparações para dar sabor e auxiliar na conservação. A população brasileira consome em média 12g de sal/dia, quando o recomendado pela Organização Mundial da Saúde e pelo Guia Alimentar do Ministério da Saúde é de 5g de sal/dia (= 1 colher de chá) o que corresponde aproximadamente 2,0 gramas de sódio.
“O sódio não está presente somente nos alimentos salgados, mas também em enlatados, embutidos (salame, mortadela, presunto, salsicha), conservas, pipoca de microondas, macarrão instantâneo, pão francês, refrigerantes diet e zero, adoçantes (ciclamato de sódio e sacarina sódica), e até mesmo em alguns doces. A informação da quantidade de sódio está presente nos rótulos, portanto fique atento e leia sempre antes de comprar ou consumir algum produto industrializado”, esclarece Rosana Perim.
Prefira o consumo de alimentos naturais: para se adaptar a essa recomendação de 5g/dia de sal, a nutricionista do HCor sugere as ervas aromáticas e especiarias como manjericão, tomilho, hortelã, salsa, erva-doce, louro, coentro, açafrão ou sálvia, assim como temperos do tipo pimenta do reino, curry, páprica, noz-moscada, canela, gengibre e cravo sejam utilizadas no preparo dos alimentos, a fim de melhorar o paladar da refeição sem comprometer a saúde.
Para substituir o sal de cozinha, prepare uma mistura de várias ervas aromáticas e especiarias que pode ser colocada no saleiro e utilizada à vontade na preparação e finalização de pratos. “A adoção de um plano de vida saudável é a principal conduta para prevenir e tratar a hipertensão arterial. Prefira o consumo de alimentos naturais como frutas, verduras, legumes e cereais integrais, carnes magras, aves sem pele e peixes”, sugere Rosana Perim.
Diagnóstico: diagnóstico da hipertensão é feito basicamente por meio da medida da pressão. As maneiras mais comuns são aquelas realizadas nos consultórios com aparelhos manuais ou automáticos. “Alguns casos de hipertensão são identificados por meio de aparelhos capazes de realizar aproximadamente 100 medidas de pressão em um período de 24 horas”, explica o cardiologista.
Tratamento: o tratamento da hipertensão deve ser feito, principalmente, por meio da correção de hábitos alimentares pouco-saudáveis e do combate ao sedentarismo. Porém, na maioria dos casos, também é necessário que o paciente faça uso de medicamentos vasodilatadores. “Ao tratarmos casos de pressão de alta, o objetivo é fazer com que a pressão arterial do indivíduo não ultrapasse os valores de 12 por 8”, diz o cardiologista.
Prevenção: para prevenir a hipertensão, é importante medir a pressão regularmente, principalmente na terceira idade. Afinal, a pressão também aumenta, conforme o indivíduo envelhece. Além disso, é importante praticar atividades físicas e adotar um estilo de vida saudável.
Grupos de risco: os grupos de risco da hipertensão são diversos. Após os 65 anos, as mulheres são as mais atingidas pela doença. Já entre os jovens, o problema é mais comum em homens. Em função de fatores genéticos, o risco aumenta no caso de negros e latinos. De maneira geral, indivíduos que convivem com altos níveis de estresse, dormem pouco ou que abusam do consumo de substâncias como álcool e sal têm grandes chances de desenvolver a doença”, finaliza Dr. Amoedo.