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Neuralgia do Trigêmeo: conheça a dor crônica que afeta o rosto causando dores crônicas na face

Segundo neurocirurgiã, as dores crônicas da neuralgia do trigêmeo podem levar até casos de depressão além do seu diagnóstico difícil.

A dor crônica começa de repente e é tão forte que não pode ser ignorada. Assim é descrita a neuralgia do trigêmeo, doença que atinge um dos maiores nervos do corpo humano.

O trigêmeo é o nervo responsável pela sensibilidade da face. É ele que nos permite sentir um toque no rosto ou uma coceira após a picada de um pernilongo. Quando esse nervo sofre alguma irritação ou dano, causa uma dor intensa, incessante e aguda. É a chamada neuralgia.

“Este tipo de dor crônica costuma atingir só metade do rosto. É uma dor superforte, lancinante, que aparece subitamente e dura poucos segundos a minutos. Ela pode ser disparada por alguns gatilhos para a pessoa que está em crise. A fala, a mastigação, um vento frio, colocar algo muito gelado ou quente na boca, tocar o rosto, passar um creme ou mesmo fazer a barba podem desencadear a neuralgia do trigêmeo”, explica a neurocirurgiã do HCor com especialização em dor crônica.

Neuralgia do Trigêmeo - Fala
Neuralgia do Trigêmeo - Vento
Neuralgia do Trigêmeo - Mastigar
Neuralgia do Trigêmeo - Contato Cutâneo

Causas da neuralgia do trigêmeo

De acordo com a neurocirurgiã, as causas da neuralgia do trigêmeo podem ser idiopáticas ou secundárias.

Idiopática é quando o paciente faz a ressonância e não aparece lesão. Assim, é possível que o paciente tenha uma artéria ou uma veia próxima do trigêmeo, que quando pulsa encosta no nervo, causando os ataques de dor.

Já nas causas secundárias, o responsável pode ser um problema de saúde, como um tumor, uma infecção viral, como herpes zóster, entre outras.

“O diagnóstico não é dos mais fáceis. Não é incomum que as pessoas tenham ido a diversos outros especialistas antes de chegar ao neurologista, que é quem consegue de fato definir que se trata de uma neuralgia no trigêmeo. E isso é muito ruim, porque piora a qualidade de vida do paciente, em razão de tamanha dor. A pessoa pode chegar à depressão porque vai sentir dor ao tentar falar ou ao tentar comer. É um quadro bem dramático quando a dor crônica é deflagrada”, explica a neurocirurgiã que alerta: “alguns pacientes acabam indo ao dentista e podem fazer múltiplas extrações dentárias achando que é problema de dente ou uma ATM (Disfunção da Articulação Temporomandibula), e na verdade está sofrendo com uma neuralgia do trigêmeo”.


Neuralgia do Trigêmeo - Qualidade de vida
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Incidência da Neuralgia do Trigêmeo


Tratamento da neuralgia do trigêmeo

Embora seja uma doença que não dá pra prevenir, o tratamento da dor crônica é bastante eficaz.

“O tratamento da neuralgia do trigêmeo começa com medicação sempre, e é bastante eficiente. Mas, ao longo do tempo, 50% dos pacientes vão precisar de algum procedimento cirúrgico. Quando a medicação não controla mais a crise ou causa algum efeito colateral ruim na pessoa, aí está na hora de operar” explica a neurocirurgiã.

São 5 os tipos de procedimentos cirúrgicos existentes para esses casos: descompressão microvascular, rizotomia por balão, rizotomia por radiofrequência, rizotomia por glicerol ou radiocirurgia.

Apenas o especialista, neurologista ou neurocirurgião, que acompanha o caso da pessoa, pode indicar a cirurgia correta, porque depende de vários fatores. Com o procedimento ideal, a pessoa pode ter uma melhora significativa. “O resultado é muito bom e 80% a 90% dos pacientes respondem, no entanto eles podem ter recidiva para a dor”, conta a especialista do HCor.

A doutora explica que as crises de dores variam bastante. Às vezes, a pessoa passa meses e anos sem nenhuma crise e, às vezes, tem dois ataques por dia ou dois por semana. “Mas quando há um estado de crise, o paciente pode ter muitas crises por dia, 10, 15, 20, porque há sensibilidade e o menor dos motivos pode disparar uma crise”, conta a neurocirurgiã do HCor.


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