De repente, um simples movimento torna-se difícil. Pegar algo exige mais energia e andar parece quase impossível. O quadro pode ser o sinal de uma doença chamada distonia.
Pouco popular, a distonia é um distúrbio do movimento caracterizado por uma disfunção na execução dos mesmos, explica a neurocirurgiã do HCor. A distonia por ser localizada ou generalizada.
Tipos de distonia
Quando os músculos que deviam contrair e os que deviam relaxar contraem ao mesmo tempo, o paciente é portador da chamada distonia de movimento. No entanto, existe também a distonia fixa, que é quando a pessoa, por exemplo, dobra o punho e congela, não consegue pegar as coisas com a mão. Pode ocorrer em qualquer região do corpo. Esta situação é chamada de postura distônica.
Pessoa saudável
Pessoa com distonia
“Esses movimentos anormais causados pela distonia podem ser acompanhados de dor e frequentemente são. É uma dor constante que compromete a qualidade de vida”, conta a neurocirurgiã do HCor.
Segundo a médica, a distonia pode ser classificada de acordo com a parte do corpo acometida e com a causa que levou a pessoa ao quadro distônico. Assim, existem fatores dentro desse preceito que definem os grupos de risco:
Grupo 1 – Origem idiopática, podendo ser genética familiar ou não.
Grupo 2 – Origem secundária: são diversas e podem ser causadas por:
– Falta de oxigênio no parto: o bebê tem maior risco de desenvolver distonia.
– Pessoa que teve um trauma cerebral importante: até 4% das pessoas que passaram por uma situação de trauma no cérebro podem ter distonia.
– AVC ou tumor muito grande: quando há destruição ou comprometimento de uma parte do cérebro chamado núcleos da base.
– Infecção viral ou encefalite.
– Pós-ingestão de uma classe específica de medicações (anti-psicóticos)
“Nem todas as pessoas que passaram por um dos quadros acima terão distonia, mas são fatores que favorecem o desenvolvimento da doença que afeta crianças e adultos, homens e mulheres, podendo iniciar-se na infância ou na idade adulta, a depender da causa”, explica a neurocirurgiã.
Por se tratar de uma doença pouco conhecida entre a população, é comum que os primeiros sintomas não sejam associados a distonia. E, embora seja uma doença neurológica comum dentro das doenças de movimento, o médico que não é especialista também pode não saber diagnosticar o problema. “Às vezes a distonia pode vir acompanhada de tremor, o que acaba confundindo ainda mais o diagnóstico pelo não-especialista. A distonia pode também estar presente como sintoma em outros quadros neurológicos como o Doença de Parkinson.”
“Com isso, às vezes, os pacientes levam anos buscando um motivo que explique aqueles sintomas e acabam passando por ortopedistas, psiquiatras, clínicos, sem chegar a nenhuma conclusão. Mas não procuram o neurologista”, diz a médica que completa: “O diagnóstico é realmente mais difícil, então, só o especialista ou algum colega de profissão que já viu o quadro antes consegue identificar corretamente”.
Por isso, fica o alerta: quando a pessoa começa a apresentar movimentos involuntários, com contrações repetitivas e movimentos anormais, é preciso entender que aquilo é um aviso do corpo, que pode ser uma doença e buscar ajuda médica, considerando o neurologista ou neurocirurgião.
Tratamento da distonia
Ainda nas palavras da neurocirurgiã, a doença pode ser controlada. “Existe medicamento, mas o resultado é pouco eficiente usado isoladamente. Os tratamentos mais efetivos são a injeção de botox, em distonia focal, ou a neurocirurgia quando é uma distonia generalizada”.
A única pessoa que pode identificar corretamente qual é a opção correta de tratamento para cada paciente é o especialista neurocirurgião, que toma a decisão baseado na intensidade de sintomas.
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