Dificilmente, um paciente chegará ao consultório suspeitando ser portador de MAV – Malformação Arteriovenosa Cerebral. A doença, pouco conhecida, pode ser a responsável por espasmos, convulsões, mudanças bruscas de humor, depressão, entre outras coisas.
Por isso, no geral, a patologia só é descoberta durante uma avaliação diagnóstica de alguma enfermidade que o paciente venha apresentando.
Os sintomas da MAV podem ser de dores de cabeça a convulsões, perda de força de um lado do corpo até hemorragias cerebrais, o que é mais grave. Normalmente, o paciente procura o médico por ter convulsões ou crises convulsivas parciais, conhecidas como crises de ausência, que é, por exemplo, quando uma pessoa está falando e, de repente, fica fora do ar um curto período e volta como se nada tivesse acontecido.
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“Mas não podemos nos prender em um único sintoma. A MAV é uma doença que afeta o cérebro e, dependendo da área afetada, podem haver uma consequências. Ela pode acontecer na parte de trás e afetar a visão, pode ser na parte da frente e o sintoma ser comportamental”, alerta Dr. Marcus Alexandre Rotta, neurocirurgião endovascular do HCor.
O médico do HCor conta ainda que o paciente pode ter uma bipolaridade ou uma depressão, e isso ser uma consequência de uma malformação arteriovenosa. “Aquela agressividade sem motivo, a raiva que acomete alguns motoristas em situações corriqueiras no trânsito pode ser, sim, sintoma de uma MAV. Por isso, qualquer coisa diferente é importante investigar. Às vezes, a doença é tratada como um problema psiquiátrico, mas é na verdade neurológico”.
Entendendo a MAV
A enfermidade não é fácil de explicar. De forma simplificada, é possível dizer que se trata de uma ligação direta e anormal entre uma veia e uma artéria. Assim, enquanto as veias são mais finas e transportam o sangue usado (sem oxigênio) de volta para o coração, as artérias, vasos mais robustos, como uma parede muscular que suporta maior pressão sanguínea, levam sangue oxigenado do coração aos órgãos. Para ligá-las, normalmente, existe uma rede de capilares, pequenos vasos sanguíneos que ficam dentro dos tecidos. Uma das funções deles é evitar que o sangue arterial (com pressão alta) passe para dentro do sangue venoso (pressão bem mais baixa).
Quando o paciente tem malformação arteriovenosa, não há a rede de capilares para amortecer a ligação entre elas (ver infográfico).
“Não sabemos porque a MAV acontece. Sabemos apenas que algumas pessoas têm uma predisposição em tê-la. Tentando ser didático, é mais ou menos assim: a gente nasce com genes de câncer e anticâncer e eles vão brigando ao longo da vida para ver qual se sobressai. Com a malformação arteriovenosa é a mesma coisa. Por isso, pode até haver uma predisposição, mas ela pode nunca se desenvolver”, afirma o especialista.
O médico conta ainda que a doença costuma ser descoberta em pacientes com idade média entre 40 e 60 anos, o que não significa que ela tenha surgido nesse momento da vida. “Não sabemos quando ela aparece, sabemos quando um sintoma aparece e isso ocorre normalmente nessa faixa etária”.
Tratamento da MAV
Não existe um tratamento à base de medicamentos para tratar a MAV. A cirurgia é apontada como principal meio de acabar com a patologia. Ela pode ocorrer de duas formas: cabeça aberta ou pela radiocirurgia ou cateter, que são métodos não invasivos. “É uma cirurgia por cateterismo, que faz pela virilha, assim como em um cateterismo cardíaco. Dessa forma, vamos até o cérebro e fechamos as fístulas, corrigindo a ligação entre a artéria e a veia.
Como ela pode acontecer em qualquer parte do cérebro, é necessária uma ampla e precisa investigação da região cerebral para atingir o alvo a ser irradiado. Assim, a medicina diagnóstica é fundamental para o direcionamento da radiocirurgia.
“O HCor, por exemplo, oferece aos pacientes com MAV uma equipe multidisciplinar de alta capacidade, que nos faz chegar a resultados realmente positivos no tratamento dessa doença, sem falar nos equipamentos de primeira geração que o hospital disponibiliza a quem vem tratar dessa malformação arteriovenosa conosco”, conta Rotta.
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