Certamente, você conhece alguém com problema de hipertensão arterial. Afinal, trata-se de uma doença relativamente comum: 35% da população adulta brasileira é portadora da conhecida pressão alta. O grande problema é que 99,9% dos casos não apresentam sintoma nenhum. “A única condição de saber se tem ou não tem a hipertensão é medindo a pressão arterial”, conta o Dr. Celso Amodeo, cardiologista e especialista em hipertensão arterial do HCor.
Seja em casa, no consultório do médico ou na farmácia, fazer a medição com certa regularidade pode salvar sua vida. De acordo com o especialista,
para se entender o risco da hipertensão, é preciso atentar-se aos números.
São mais ou menos 300 mil óbitos por ano no Brasil por doença cardiovascular, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral. “Dessas mortes, analisando os atestados de óbito dessas pessoas observa-se que 80% daqueles que morreram de Derrame cerebral e 60% dos que morreram de infarto tinham a hipertensão arterial como fator desencadeante. Não há dúvidas: ela é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares. Ficar com nível de pressão elevado facilita o aparecimento dessas doenças cardiovasculares”, esclarece e completa: “A hipertensão é conhecida como o ‘inimigo silencioso’, porque ela destrói o nosso organismo, e você não sente nada, a não ser que procure identificar precocemente esse problema”.
Para saber mais, assista à playlist HCor Explica sobre Hipertensão abaixo:
PRESSÃO SANGUÍNEA é a pressão
exercida pelo sangue, bombeado pelo
coração, contra a parede das artérias.
12×8
É de conhecimento popular que ao medir a pressão, o ideal é conseguir a marca de 120 por 80, o popular 12×8, que chamamos de pressão normal.
Segundo o Dr. Amodeo, situações com valores entre 120×80 e 139×89 são chamadas de pré-hipertensão. “Na classificação americana, eles nomeiam como pressão elevada valores acima de 120-129 mmHg na pressão sistólica (pressão máxima) e abaixo de 80 mmHg na pressão diastólica (pressão mínima). Hipertensão estágio 1 são valores sistólicos entre 130 e 139 mmHg e diastólicos entre 80 e 89 mmHg. Estudos mostram que quem tem acima de 120×80 e abaixo de 140×90 tem de duas a três vezes mais risco de ter um evento cardiovascular do que aquele indivíduo que tem pressão abaixo de 120×80. Para nós, na classificação brasileira, dizemos que o indivíduo tem hipertensão acima de 140×90”.
O médico conta que é importante observar a pressão arterial ao longo das 24 horas de um dia. Isso porque tem pessoas que têm pressão normal durante o dia e anormal durante a noite e elas também vão precisar se tratar, já que são hipertensas à noite. “Tem gente que tem mais hipertensão no período da manhã, tem gente que tem mais no período da tarde, então, é preciso analisar diversos períodos. Mas, de modo geral, pela medida casual da pressão arterial (aquela feita dentro do consultório do médico), quem tem que acima de 140×90 se classifica como hipertenso”.
Nesse caso, os números 12 e 8 correspondem, respectivamente, a 120 E 80 MILÍMETROS de mercúrio aferidos no manguito, aquela bombinha utilizada para medir a pressão arterial.
Os milímetros de mercúrio (mmHg) são utilizados como MEDIDA DE PRESSÃO em diversas áreas, sendo que os primeiros medidores de pressão sanguínea utilizavam colunas contendo esse metal para realizar a medição.
Os dois movimentos complementares do coração são chamados tecnicamente de 1 sístole (contração) e 2 diástole (dilatação) – daí, os dois números que medem a pressão serem denominados pressão sistólica (ou pressão máxima) e pressão diastólica (exercida sobre os vasos de resistências, arteríolas, no final do enchimento ventricular).
Prevenção
Existem muitas causas que podem levar à hipertensão, entre elas os fatores genéticos, ambientais e, claro, a interação de fatores genéticos com ambientais. “Tem um exemplo que eu sempre cito que é o problema do sal. A pessoa pode ter a predisposição genética para hipertensão e, em alguns casos, se houver uma educação alimentar com baixo conteúdo de sal essa pessoa pode passar pela vida e nem apresentar pressão arterial elevada. Existem problemas que levam à hipertensão e que não são causadas só pelo sal, que é sim um grande vilão. O sistema nervoso autônomo, por exemplo, produz adrenalina, catecolamina, uma série de hormônios que são vasos constritores e se, em determinadas situações, estiverem exacerbados, isso provoca o aumento de pressão arterial”, explica o cardiologista.
A pressão alta é uma doença de múltiplas causas. Diante disso, não é fácil determinar o que leva ao aumento da pressão arterial. Assim, uma vez instaurada a doença, o tratamento é baseado em múltiplos medicamentos que agem em diferentes partes do organismo.
No entanto, é preciso ter em mente que há também diversas maneiras de prevenir a hipertensão. “Primeiro ter um bom estilo de vida. Não engordar, fazer atividade física, comer pouco sal, não fumar, não ingerir álcool são as medidas mais importantes. Mas é importante também, e muita gente esquece, ter boa qualidade do sono. Quem não tem sono bom, quem tem apneia obstrutiva do sono, ao longo do tempo vai alterando o sistema neuro-humoral do sistema do controle da circulação e isso pode facilitar o aparecimento da hipertensão”, explica.
O médico alerta ainda que a hipertensão pode ter início no uso indiscriminado de alguns medicamentos, como anti-inflamatórios hormonais, pílula anticoncepcional e os sprays com vasoconstritores usados no nariz.
1 EM CADA
QUATRO
brasileiros já foi
diagnosticado
como
HIPERTENSO.
E nada de achar que apenas adultos podem ser vítimas dessa doença. Crianças e adolescentes também podem ter a hipertensão arterial. “Até os 3 anos de idade, a criança que tem hipertensão arterial geralmente tem um tipo de hipertensão arterial secundária. Para entender melhor: dos 35% de brasileiros que têm hipertensão, 90% a 95% têm o que a gente chama de hipertensão arterial primária, existe um fator genético que predispõe o aparecimento da doença, e essa hipertensão pode aparecer em qualquer faixa da vida. Geralmente é entre a segunda e terceira que ela aparece, mas as crianças de 10, 12 anos também podem ter. No jovem, a causa mais comum é o erro de estilo de vida. Sem dúvida nenhuma, a obesidade e o sedentarismo são os mais importantes fatores de risco para a hipertensão arterial, especialmente para as crianças nascidas em famílias de hipertensos”, finaliza o especialista.
Fique atento!
Como medir em casa
Existem dois tipos de aparelhos para aferir a pressão arterial: o manual, chamado de esfigmomanômetro, que é usado junto ao estetoscópio; e os aparelhos digitais. Independentemente do modelo escolhido, são indicados alguns cuidados:
Meça no período da
manhã e em jejum
Não tome
medicamentos antes
Urine antes
Descanse 5 minutos
antes de iniciar
Esteja sentado e não
cruze as pernas
Não fale durante
a medição
Utilize sempre o
braço esquerdo
Não tome café ou
álcool 30 minutos antes
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