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Hcor Explica / Cardiologia

O que é arritmia cardíaca: causas, sintomas e tratamentos

O coração é um dos órgãos mais importantes do corpo humano, quando está saudável ele realiza suas funções de forma adequada. Entretanto, algumas doenças e distúrbios podem causar mau funcionamento do coração, como as arritmias.

Você conhece sobre esse assunto? Então descubra mais sobre um dos distúrbios mais comuns do coração, tudo que você precisa saber sobre a arritmia!

O que é arritmia?

De acordo com o dr. José Carlos Pachón, cardiologista do Serviço de Arritmias cardíacas do HCor, “o coração funciona como uma bomba, sendo capaz de bombear o sangue por meio de pulsações, que seguem um ritmo pré-determinado. Na parte superior do coração estão localizados os átrios que são os responsáveis por manter essa pulsação.”

Segundo o dr. Pachón, uma pessoa em repouso possui um ritmo de batimentos que varia entre 60 a 100 bpm (batidas por minutos); quando esta faz alguma atividade física, ela pode subir de 120 a 180 bpm e quando dorme pode cair até 40 bpm. Mas quando há arritmia, os batimentos ficam irregulares, lentos ou rápidos.

A arritmia pode atingir pessoas em qualquer idade, porém, é mais comum na faixa etária de 45 a 74 anos, segundo dados do Serviço de Arritmias Cardíacas do HCor. Como essa condição é mais associada ao envelhecimento, o aumento do distúrbio cresceu na população brasileira, sendo cerca de 2 milhões de casos no País, segundo estimativas.

Além disso, o especialista alerta que a arritmia quando não tratada, pode levar à morte súbita. Estima-se que mais de 300 mil pessoas por ano morrem no Brasil, devido ao não tratamento desse distúrbio.

Tipos de arritmia:

Existem diversos tipos de arritmia, como:

Bradicardia: acontece quando o coração bate em ritmo mais lento do que o normal. Uma pessoa com bradicardia costuma ter batimentos abaixo de 50 bpm.

A bradicardia pode ocorrer por diversas causas, como:

  • bloqueio cardíaco;
  • doença cardíaca congênita;
  • efeitos colaterais de medicamentos para o coração;
  • envelhecimento;
  • síndrome do nó sinusal, ocorre quando o marca-passo natural funciona de forma inadequada;
  • tecido cicatricial causado por um ataque cardíaco.

Taquicardia: neste tipo o coração bate em ritmo mais acelerado. Uma pessoa com taquicardia possui batimentos entre acima de 100 bpm, quando está em repouso.

O ritmo acelerado do coração pode ocorrer por diversas condições relacionadas ao órgão e outras causas, como:

  • uso excessivo de álcool;
  • abuso de drogas;
  • algumas doenças pulmonares;
  • desequilíbrio eletrolítico (má função dos rins que desequilibra os níveis indicados de líquido e minerais no corpo);
  • doença arterial coronariana (aterosclerose);
  • doença do músculo do coração (cardiomiopatia);
  • doenças da tireoide;
  • doença valvular cardíaca;
  • estresse emocional;
  • ingestão excessiva de cafeína;
  • insuficiência cardíaca;
  • pressão arterial elevada (hipertensão);
  • tumores ou infecções.

Ventriculares e supraventriculares: neste caso, os batimentos são irregulares, sendo chamado de taquiarritmias ventriculares ou supraventriculares, conforme a área que origina o problema.

As causas mais comuns das ventriculares e supraventriculares são cardiopatia alcoólica, infarto agudo do miocárdio, doença de chagas, episódio prévio de inflamação do miocárdio (miocardite) e lesão do miocárdio, que pode ser discreta ou evidente.

Quais são os sintomas?

Sabia que existem diversos sintomas de arritmia? Porém, nem sempre todas as pessoas têm sintomas, ainda mais no início do distúrbio, que pode até passar despercebido pela pessoa com algum dos tipos de arritmias. Por isso é importante manter acompanhamento médico em dia, além de realizar os exames e retorno solicitados pelo profissional da saúde.

Alguns dos seus sintomas mais comuns são:

  • desmaios;
  • dores no peito;
  • escurecimento da vista;
  • falta de ar;
  • mal-estar;
  • palidez;
  • palpitações;
  • suor excessivo;
  • tonturas.

Os sintomas do distúrbio variam de pessoa para pessoa, algumas podem apresentar um ou mais dos sintomas citados. A taquicardia também pode vir acompanhado de outros sintomas mais graves, como é o caso do infarto, parada cardíaca, acidente vascular cerebral (derrame), que podem até causar a morte.

Quais são as causas e fatores de risco?

Dr. José Pachón ressalta que a arritmia pode acontecer durante a gestação, sendo o diagnóstico e tratamento feito nesse período ou logo após o nascimento da criança. Porém a grande maioria dos casos de arritmias acometem pessoas já com mais idade, ou que levam uma vida com maus hábitos – como fumar, alcoolismo e alimentação com excesso de sal, ou que já possuem outras doenças – como obesidade, derrame, diabetes e hipertensão.

Outras causas e fatores de risco mais comuns da arritmia são:

  • cardiomiopatia (distúrbio do coração que causa dificuldade de bombear sangue);
  • choque elétrico;
  • desgaste do tecido do coração;
  • doença da artéria coronária;
  • estresse;
  • hipertireoidismo;
  • infarto;
  • poluição do ar;
  • uso de drogas;
  • outros distúrbios do coração.

Algumas pessoas acreditam que só o consumo excessivo da cafeína causa arritmia, mas não é verdade, o que acontece é a elevação entre 5 a 10 batimentos por minuto. Porém, o uso da cafeína com bebidas alcoólicas pode potencializar o distúrbio em algumas pessoas.

Quem tem predisposição a taquicardia deve ter alguns cuidados extras, como evitar o consumo em excesso de substâncias estimulantes, como cafeína. Essa substância pode favorecer o aumento da velocidade e a força da contração e batimentos do coração. Além de causar outros problemas para a saúde e qualidade de vida, como a diminuição do raciocínio lógico, a perda do sono, o aumento do cansaço muscular.

Como funciona o tratamento?

O tratamento das arritmias pode variar conforme o tipo, o paciente e a avaliação médica. Em taquiarritmias, por exemplo, quando há elevação dos batimentos cardíacos, um dos tratamentos indicados pelos médicos é o uso de drogas antiarrítmicas endovenosas, mas somente em situações de emergência ou urgência.

Além disso, outros tratamentos podem necessitar o uso de marcapassos e desfibriladores implantáveis – um aparelho que monitora e trata alterações graves do ritmo do coração. Ao reconhecer um distúrbio da pulsação, ele automaticamente emite impulsos elétricos, para reverter a arritmia, que são utilizados para o restabelecimento do ritmo normal do coração. Geralmente esse tratamento é mais indicado em casos graves de arritmia.

Há também tratamento com uso de ablação por cateteres, que são levados até o coração, passando pelas artérias e veias. Esse tratamento não requer a abertura do tórax do paciente, sendo um dos métodos definitivos e mais eficientes para as arritmias. Além disso, a recuperação é muito rápida e o paciente pode sair do hospital e voltar a sua rotina em até 48 horas após o procedimento, dependendo de cada caso.

Como prevenir?

Engana-se quem pensa que a arritmia não pode ser evitada; alguns tipos de arritmias conseguimos prevenir. Assim, confira algumas mudanças e atitudes que você precisa realizar no seu dia a dia:

  • Ter atenção e cuidado com a saúde emocional;
  • Consultar um cardiologista para diagnóstico e realização de exames preventivos, pelo menos 1 vez por ano, a partir dos 30 anos, ou até um pouco antes, se tiver casos de taquicardia na família. Quem não tem histórico familiar, pode começar a ir às consultas regulares com o cardiologista um pouco depois, por volta dos 35 a 40 anos;
  • Evitar e diminuir as causas e fatores de risco da arritmia.

Algumas curiosidades sobre a arritmia

Muitas pessoas têm dúvidas comuns sobre a arritmia, quer conhecê-las? Então confira as suas principais curiosidades sobre esse distúrbio:

Existe cura? 

Sim, alguns tipos de arritmias podem ser curadas. Para isso, é indispensável a avaliação e tratamento médico para maiores chances de cura do distúrbio.

Arritmia cardíaca é grave?

Nem sempre, algumas arritmias são benignas, sendo mais comuns na parte superior do coração (átrios). Geralmente, esse tipo não possui sintomas ou não são tão perceptíveis.

No caso de arritmias malignas, a situação já requer mais cuidados, pois há sintomas como tontura, desmaios e outros que podem ser comuns, o que necessita de acompanhamento e até tratamento médico.

Arritmia pode matar?

Verdade. As arritmias podem causar a morte, sendo mais comum em pessoas que não realizam o tratamento correto ou que não foram diagnosticadas a tempo. A morte súbita e o derrame são as principais causas da morte de pessoas com arritmia. Os casos de morte súbita costumam ser mais frequentes em homens acima dos 65 anos, porém, pessoas do sexo feminino e de outras faixas etárias também não estão livre disso, de acordo com dr. Pachón.

Além do risco de morte, outros problemas pela falta de tratamento e diagnóstico é a possibilidade de ter infarto agudo do miocárdio e até insuficiência cardíaca.

Existe tratamento caseiro para arritmia?

O tratamento para arritmia deve sempre ser feito com o acompanhamento e indicação médica, após avaliações e exames que comprovem o distúrbio.

O que pode ser feito em casa é evitar os fatores de risco e ter uma vida mais saudável, impedindo o aparecimento ou agravamento do distúrbio, no caso de já apresentar o problema.

A pessoas que tem arritmia pode fazer exercícios físicos normalmente?

Geralmente sim. Dr. José Pachón ressalta que muitos pensam que fazer um exercício físico é bom para o coração, e realmente é. Porém, qualquer pessoa que queira iniciar algum tipo de exercício, deve procurar um médico para  um exame cardiológico – que não é invasivo e feito rapidamente. Isso pode salvar vidas, já que muitos não sabem que têm arritmia e podem sofrer uma morte súbita durante o exercício. Se constatado a arritmia, o médico poderá prescrever o melhor tipo de exercício, de acordo com a gravidade do distúrbio.

Gostou de saber mais sobre a arritmia e como se prevenir dela? Então, para mais conteúdos sobre saúde, acompanhe aqui no HCor Explica!