Sala híbrida leva exames de imagem para dentro do centro cirúrgico
Novo modelo reúne tecnologia avançada para garantir mais segurança aos casos de alta complexidade
Por mais simples que seja a cirurgia, é preciso que o paciente passe por exames antes e depois do procedimento. Os exames anteriores vão ajudar no planejamento da operação, enquanto os exames posteriores servem para verificar o sucesso das intervenções. Embora essa rotina seja eficaz em casos simples, existem diversos procedimentos cirúrgicos bem mais complexos e delicados, que podem se tornar mais seguros e eficientes com outros modelos de acompanhamento.
Essa é a proposta das salas híbridas. Elas levam os exames de imagem mais sofisticados que existem ao centro cirúrgico, para que eles possam ser utilizados durante o procedimento. Assim, os cirurgiões passam a usar imagens de alta resolução, atualizadas em tempo real. Na prática, o médico ganha um olhar ampliado do problema. Em casos de tumores do cérebro, por exemplo, não são raras as situações em que o câncer não é totalmente visualizado pelo cirurgião. Parte dele pode ser deixado durante a cirurgia, tornando necessária outra intervenção para retirá-lo completamente.
“Dentro da sala híbrida, temos mais controle da situação. Quando o procedimento termina, o paciente é analisado com uma nova imagem de ressonância magnética para garantir que a remoção foi completa”, explica a equipe de neurologia do HCor. Em janeiro, o hospital inaugurou um prédio com duas salas híbridas – uma focada em procedimentos neurológicos e oncológicos e outra para cirurgias cardiovasculares. A sala de neuro é chamada de “Brain Suite” e reúne recentes conceitos de cirurgia de alta complexidade, baseada em projetos desenvolvidos nos Estados Unidos e na Alemanha.
Na sala híbrida para procedimentos cardiovasculares, o grande desafio está na busca por soluções ainda menos invasivas de tratamento. O Dr. Carlos Pedra, cardiologista do HCor, explica que as imagens de um raio X em três dimensões, semelhantes às de uma tomografia, são sobrepostas e comparadas por um sistema informatizado.
Essa integração de imagens é usada como guia de navegação em cirurgias. Com auxílio do software Econavigator, o ecocardiografista faz marcações para garantir precisão milimétrica ao intervencionista. “Isso possibilita uma recuperação mais rápida do paciente, pois a tecnologia aplicada ao procedimento o torna menos invasivo”, explica Dr. Pedra.
Novos procedimentos
Os recursos desses modernos centros cirúrgicos dão margem para a criação de procedimentos ainda mais seguros e eficientes. “Conforme utilizamos o espaço, encontramos a possibilidade de novas aplicações como, por exemplo, a broncoscopia (exame que visualiza o sistema respiratório) por meio do cateterismo. É um aprendizado constante”, revela Dr. Pedra.