Avanços da neurologia contribuem para envelhecimento saudável
O Brasil começou a se tornar rapidamente uma nação de cabelos brancos, fenômeno que já ocorreu há bastante tempo nos países desenvolvidos. Isso é resultado da revolução médica e científica das últimas décadas. A fatia de brasileiros acima dos 60 anos quase triplicou num prazo relativamente curto de tempo: saltou de 4,7% em 1960 para 12,6% em 2012, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa transformação gera enorme desafios na área da saúde, a começar pela necessária multiplicação de investimentos em prevenção de doenças, com o trio alimentação balanceada + exercícios regulares + check-up periódico. De preferência, tais cuidados devem começar nas primeiras fases da vida, de forma a evitar problemas futuros. Tão relevante quanto isso é cuidar da saúde mental, mantendo o cérebro ativo e motivado nas mais diferentes idades.
Essas questões representam um dos focos principais do cotidiano dos médicos que trabalham no HCor Neuro. Trata-se de um núcleo especializado em neurologia, neurociência e neurocirurgia que procura proporcionar ao paciente um envelhecimento ativo e saudável. Além da experiência no atendimento de doenças neurológicas convencionais, a equipe do HCor Neuro é especializada em terapias de estimulação elétrica profunda do cérebro, sendo a mais conhecida o uso de marca-passo cerebral. Há tempos esse aparelho é utilizado na cardiologia, por acertar o ritmo do coração em pacientes que apresentam arritmia. Agora ele foi modernizado e está sendo usado em doenças geriátricas e cerebrais, como doença de Parkinson, tremores, distonias, epilepsias e transtornos obsessivos.
O investimento em novas tecnologias é constante na instituição. Tão revolucionário quanto o surgimento das cirurgias cardíacas minimamente invasivas, a chegada do equipamento Gamma Knife ao HCor marcou uma nova era para os pacientes de doenças neurológicas. Se antigamente era preciso abrir a caixa craniana em cirurgias de alta complexidade, o que resultava em inevitáveis dias de UTI e um longo período de recuperação, hoje é possível efetuar a mesma intervenção sem cortes ou perda de sangue. O equipamento atinge diretamente o foco do problema com a emissão de raios gama em cânceres ou tumores. Sem necessidade de incisão.
O que explica esse “milagre” tecnológico? Os aparelhos mais antigos utilizam máscaras sobre a caixa craniana, o que pode ocasionar um deslocamento do feixe do raio de até 2 milímetros, atrapalhando o bom resultado do procedimento. Considerado um dos instrumentos mais avançados e eficazes do mundo nessa área, a ponto de receber o título de método padrão ouro para radiocirurgia, o Gamma Knife atua de forma diferente. O sistema desenha uma espécie de plano cartesiano na cabeça do paciente. Ele funciona como um guia, garantindo uma precisão submilimétrica.
A radiação emitida pelo Gamma Knife, direcionada unicamente na lesão, também poupa áreas normais do cérebro de doses significativas de radiação, evitando ocasionar sequelas. Tamanha tecnologia possibilita o tratamento de regiões extremamente delicadas do cérebro, como lesões relacionadas a malformações arteriovenosas (MAV) e do tronco cerebral a tumores da pituitária, com mais segurança. O Gamma Knife também trata de maneira não invasiva doenças funcionais do cérebro como o Doença de Parkinson, Tremor Essencial e outros tremores, Epilepsia, Transtorno Obsessivo Compulsivo e até certos casos de depressão.
Investir em neurologia foi fundamental para manter o HCor na vanguarda da medicina nacional. “Com o aumento da expectativa de vida da população, percebemos uma maior incidência das doenças oncológicas e neurológicas, o que estimulou o HCor a ampliar sua área de atuação além da cardiologia”, explica Dr. Carlos Alberto Buchpiguel, superintendente médico do HCor.
Outra inovação foi a instalação da sala híbrida de neurologia. Nela, além de todos os equipamentos necessários a um centro cirúrgico, estão os aparelhos de diagnóstico por imagem de alta definição, que permitem monitorar a cirurgia em tempo real. Assim, exames como ressonância magnética e tomografias de última geração são realizados antes, durante e imediatamente após a intervenção. Isso garante resultados mais fiéis e não mascarados pelo processo de cicatrização, que muitas vezes dificultam a leitura dos resultados para os médicos. Essa tecnologia permite que sejam realizadas ressonância magnética intraoperatória, ou seja com o crânio do paciente ainda aberto para certificar o neurocirurgião que toda a doença foi removida adequadamente.
Para o HCor Neuro, esse tipo de procedimento é um marco por proporcionar aos pacientes uma vida mais produtiva, graças a procedimentos menos invasivos e com resultados clínicos consagrados mundialmente. Além de baixo custo para o sistema de saúde, devido à rápida recuperação hospitalar. Esse mesmo núcleo também tem realizado importantes pesquisas para o tratamento cirúrgico da Depressão Maior e da Obesidade Mórbida, usando métodos minimamente invasivos. Ambos estão em fase de finalização e em breve deverão estar disponíveis para benefício da população.