Diagnóstico precoce aumenta chance de cura do câncer de mama

A apresentadora Sabrina Parlatore, que fez tratamento de radioterapia no HCor, compartilha sua experiência para ajudar na prevenção à doença

Apresentadora Sabrina ParlatoreApós notar um nódulo e fazer exames de rotina, a apresentadora Sabrina Parlatore foi diagnosticada com câncer de mama em maio de 2015. Ela estava com 40 anos e não tinha histórico familiar. Em dez meses, passou por uma cirurgia que retira um quarto da mama (quadrantectomia), 16 sessões de quimioterapia e 33 de radioterapia. “Foi um susto, sofri bastante e minha vida mudou completamente. Mas aprendi que o medo de descobrir o câncer não pode existir”, afirma Sabrina, que faz questão de compartilhar sua experiência em campanhas como o Outubro Rosa, o mês internacional de conscientização da importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença.

O câncer de mama é o de maior incidência entre as mulheres no Brasil e no mundo. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2017 estima-se o registro de 600 mil novos casos de câncer em geral no País. Destes, 57.960 serão tumores de mama, ou seja, 28% dos casos da população feminina. Mas o importante é que a doença tem prevenção e cura, por meio de exames de rastreamento e acompanhamento de saúde frequente.

“Além de cuidar da saúde e seguir as recomendações preventivas, fazer os exames de rotina é fundamental, pois foi assim que descobri o meu tumor, de uma forma precoce, o que possibilitou melhor resultado do tratamento”, diz a apresentadora. Caso seja tratado ainda em fase inicial, as chances de cura chegam a 99%. “Com o diagnóstico precoce, o tratamento fica mais fácil, o índice de cura aumenta e o risco de sequelas diminui”, explica o Dr. João Victor Salvajoli, coordenador médico do setor de radioterapia do HCor.

A apresentadora fez a última fase do tratamento no HCor, onde teve acesso à tecnologia de ponta como o IGRT, radioterapia guiada por imagem e o IMRT, radioterapia com intensidade modulada do feixe, que permite atingir o tumor com precisão, sem afetar outras regiões, diminuindo risco de efeitos colaterais. “Fiquei muito segura, fui tratada com carinho e tive a melhor experiência possível”, lembra Sabrina.

Avanços

“Além da melhora tecnológica, houve um aprimoramento no sentido de conhecer melhor qual a sequência ideal do tratamento para cada paciente, como cirurgia, radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia”, afirma o Dr. Salvajoli. “Com as terapias mais modernas, reduziram os índices de recidiva e melhoraram os resultados em termos de sobrevida e qualidade de vida do paciente”. No caso da radioterapia, a evolução ocorreu por meio de novos equipamentos, da combinação com a imagem e de softwares de planejamento com reconstrução tridimensional, que permitem atingir precisamente o tumor, evitando a irradiação nos tecidos vizinhos, diminuindo assim o risco de efeitos colaterais. A radioterapia é utilizada em 60% de todos os casos de tumores malignos. Mas nenhum avanço substitui o diagnóstico precoce. As campanhas são importantes para conscientizar as mulheres sobre os riscos, para que elas busquem por meio da mamografia e da ultrassonografia a detecção do câncer em uma fase precoce. “A principal mensagem para este público é sobre a necessidade de exames regulares. Quando a descoberta do tumor se dá logo no início, as chances de cura são maiores”, afirma Dr. Afonso Nazário, mastologista do HCor.

Prevenção

Equipamento de radioterapia
Nova geração de equipamentos de radioterapia permite atingir o tumor com precisão, sem afetar outras regiões

A mamografia de rastreamento é apontada como responsável pela redução da mortalidade em todo o mundo. Por isso, é recomendado fazer os exames de rotina anualmente a partir dos 40 anos. Para as mulheres com histórico familiar, o ideal é começar o rastreamento antes, com orientação do médico, apesar de esse fator representar uma porcentagem pequena dos casos. “É importante salientar que, mesmo que não haja casos na família, é indicado que todas as mulheres façam o exame de rastreamento”, ressalta Dr. Nazário.

O principal fator de risco é o envelhecimento, seguido da obesidade e do sedentarismo. Especificamente nos cânceres de mama, com a obesidade o risco aumenta no período pós-menopausa.

Essa relação ocorre devido à produção de alguns hormônios que causam um processo inflamatório crônico. “Manter um peso saudável deve ser um compromisso para a vida inteira, principalmente após a menopausa”, recomenda o mastologista.

Além do peso ideal, as medidas de maior impacto na redução de risco são fazer atividade física regularmente, adotar estilo de vida saudável e evitar a reposição hormonal após a menopausa. Como ex-paciente que superou a doença, Sabrina dá uma dica preciosa. “Apesar do sofrimento, enfrentei tudo com otimismo e paciência. Quando você encara o problema de uma forma mais leve, ele se torna menos pesado.
Aprendi a viver o aqui e o agora e colocar em prática todos os sonhos, como, por exemplo, dedicar-me à música”.

COMO REDUZIR OS RISCOS

• Fazer mamografia e ultrassonografia anualmente, após os 40 anos.

• Manter o peso ideal.

• Praticar atividade física regular.

• Evitar a reposição hormonal após a menopausa.

• Não consumir bebida alcoólica em excesso.