Cardiologista do HCor ressalta que prevenção e controle dos fatores de risco é imprescindível para combater a obesidade e suas doenças associadas, como diabetes, hipertensão e complicações cardiovasculares; estima-se que, em 2025, cerca de 700 milhões de pessoas no mundo sejam obesas
O alerta é mundial. O aumento do número de pessoas com excesso de peso, que hoje atinge mais de 50% da população brasileira, é preocupante. O cenário é ainda mais sério entre as crianças. Caso nada seja feito para reverter a curva de crescimento da obesidade, em 2025, o Brasil contará com cerca de 11,3 milhões de crianças com excesso de peso, 400 mil pré-diabéticos, 150 mil terão diabetes tipo II e 1 milhão será hipertensa, segundo estimativas do Ministério da Saúde. No mundo, serão cerca de 700 milhões de obesos.
Na semana em que se comemora o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, celebrado na próxima terça-feira, 11 de outubro, Dr. Ricardo Pavanello, cardiologista do HCor – Hospital do Coração, em São Paulo, chama a atenção para os riscos das doenças cardiovasculares causadas pelo excesso de peso e pela obesidade. “Das seis doenças que mais levam à óbito no Brasil, quatro estão diretamente ligadas à obesidade: acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio, diabetes e hipertensão. Quando associadas, elas são responsáveis por cerca de 72% dos casos de morte”, destaca o cardiologista.
O coração do obeso
A obesidade e o excesso de peso causam mudanças importantes na estrutura e no tamanho do coração, além de comprometer seu funcionamento. A lógica é a seguinte: quanto maior é o sobrepeso, maior é o esforço do coração para conseguir bombear o sangue. “O acúmulo de células gordurosas aumenta o risco de entupimento das artérias, dificultando o desempenho adequado do coração”, explica Dr. Pavanello.
Se tratados os fatores de risco, a chance de as placas de gordura que estão depositadas nas artérias inflamarem diminui consideravelmente. Seja qual for o método de tratamento utilizado, estas placas permanecem nos vasos, porém numa condição estável, diminuindo as chances de ocorrer eventos adversos no coração. “A distância entre “uns quilinhos a mais” para o primeiro grau de obesidade é curta. Por isso, é importante conscientizar a população quanto aos riscos que a obesidade traz à saúde”, alerta.
Prevenção e tratamento
A obesidade é uma doença crônica e exige tratamento sério e contínuo. De que maneira? “A combinação de atividade física e dieta equilibrada é o melhor tratamento”, responde o cardiologista do HCor. “Além de perder peso, com pequenas mudanças no estilo de vida é possível reduzir em até 60% o risco de desenvolver doenças cardiovasculares importantes”, conclui Dr. Pavanello.