Segundo fisiologista do esporte do HCor, técnica de imersão no gelo, conhecida como crioterapia, após a prática esportiva, atua como agente analgésico e antiinflamatório favorecendo a reabilitação dos músculos
A fadiga muscular pós-exercícios intensos é um dos episódios mais comuns na rotina dos praticantes de esportes. Na rotina de um corredor, por exemplo, a recuperação muscular é parte fundamental para um bom rendimento. Sem os devidos cuidados, antes e depois dos treinos, a musculatura desgastada pode sofrer lesões capazes de afastar o atleta das provas. Há vários procedimentos capazes de atenuar o desconforto, mas a queridinha da vez é a crioterapia.
Utilizada desde a década de 1970 para o tratamento de lesões esportivas, a técnica vem ganhando versões cada vez mais modernas e aprimoradas, afim de garantir a rápida recuperação física de atletas de todos os níveis. Funciona basicamente assim: o contato com o gelo, ou com a água muito gelada, contrai os vasos sanguíneos e diminui a circulação, atuando como agente analgésico e antiinflamatório.
Dores musculares e articulares, processos inflamatórios provocados por traumas ou exercícios intensos podem ser amenizados com a crioterapia, que pode ser aplicada de várias maneiras, dependendo da região, do tamanho da área a ser tratada, do tipo de traumatismo e da resposta que se pretende obter. “O uso de compressas de gelo ou gel podem ser aplicadas de forma mais localizada, em sessões de 15 a 20 minutos. Já em atletas, a imediata imersão em água muito gelada, por até 20 minutos, favorece a reabilitação”, diz o fisiologista do esporte do HCor – Hospital do Coração, em São Paulo, Diego Leite de Barros.
Entretanto, existem algumas considerações importantes que devem ser feitas. A técnica por si só, segundo explica o fisiologista do HCor, não trata nenhum processo inflamatório mais intenso. O estresse físico causa microlesões na célula muscular e este reparo necessita de tempo. “É importante alertar que, caso a dor persista, o ideal é buscar orientação profissional para um melhor diagnóstico e tratamento”, recomenda.
Suplementação alimentar
Embora seja a bola da vez, há outros métodos de recuperação muscular, como o uso de suplementos alimentares. Estudos mostram que complexos vitamínicos são capazes de atenuar significativamente a inflamação muscular. “A suplementação principalmente de carboidratos e proteínas fazem com que a recomposição do desgaste muscular seja feita de maneira mais eficiente”, ressalta Diego Leite de Barros.