Oftalmologista do HCor Diagnóstico – Unidade Cidade Jardim explica que com a chamada fundoscopia, ou exame de fundo de olho, também é possível identificar outras doenças, como diabetes e hipertensão, mesmo quando o paciente não apresenta sintomas
Pessoas diabéticas e hipertensas estão sempre entre os principais integrantes do grupo de risco de graves doenças cardiovasculares como os AVCs. Porém, poucos métodos na medicina são capazes de dizer com precisão quando o problema é iminente ou não. Por isso, um procedimento oftalmológico realizado no Hospital do Coração (HCor) tem colaborado bastante com esse tipo de previsão. Trata-se da chamada fundoscopia, ou exame de fundo de olho. “O fundo dos olhos é o único local do corpo onde podemos visualizar veias e artérias com perfeição e em pleno funcionamento, sem necessidade de incisão. Por ali, conseguimos verificar com mais facilidade se os vasos apresentam alteração no calibre ou perfazem um trajeto tortuoso com sinais de cruzamento – o que costuma indicar alterações relacionadas à pressão arterial”, explica a oftalmologista do Hospital do Coração (HCor), Dra Caroline Ferraz, que atua no HCor Diagnóstico – Unidade Cidade Jardim.
A Dra Caroline explica que o exame de fundo de olho permite uma avaliação sumária das veias e artérias próximas ao nervo óptico e da retina. Por isso, o procedimento também pode apontar alterações relacionadas a outras doenças, como diabetes e hipertensão, mesmo quando o paciente não apresenta sintomas. “Ao detectarmos anomalias que indicam a presença de alguma dessas doenças ou de ocorrências mais graves, como o risco de AVC, podemos encaminhar os pacientes para o tratamento adequado a tempo de impedir que a sua situação se agrave”, afirma a Dra Caroline. “Isso é importante, já que grande parte das pessoas que sofrem de doenças cardiovasculares levam um bom tempo para descobrir o problema e, muitas vezes, só começam a tomar os cuidados necessários quando a sua saúde já está bastante debilitada ou após uma crise”, diz a oftalmologia do HCor.
Cuidado com a visão
Além de ser a origem de diversos problemas que afetam o cérebro, o coração e até os rins, a hipertensão sistêmica também prejudica os olhos. A doença é fator de risco para o aparecimento de oclusões vasculares da retina, macroaneurismas, além de piorar retinopatias diabéticas pré-existentes. “Na maioria dos casos, as alterações de fundo de olho acontecem de maneira lenta e progressiva, sem afetar bruscamente a acuidade visual. Porém, sem a realização de exames que verifiquem essa região ocular há risco de que lesões menores se agravem dando origem a hemorragias”, explica a Dra Caroline. “Portanto, a detecção precoce de anormalidades oculares ainda é a melhor maneira de prevenir e diminuir a incidência de casos de baixa visão e cegueira, preservando a saúde e bem-estar do indivíduo”, avalia a oftalmologista, lembrando que nos checkups do HCor o exame de fundo de olho é realizado em todos os pacientes, independentemente do seu perfil ou do problema de saúde que possam apresentar.