No dia das mães , o hospital HCor conscientiza a importância do diagnóstico precoce de cardiopatias congênitas
Cerca de 2% de todos os bebês nascidos são portadores de malformações congênitas, sendo as cardiopatias as mais frequentes e graves. As patologias doenças patológicas do coração têm incidência infantil significativa, atingindo de cinco a oito crianças a cada 1.000 nascidas. Todos os anos, cerca de 130 milhões de crianças nascem no mundo com algum tipo de cardiopatia congênita . Desse total, cerca de 24 mil crianças nascem no Brasil.
A conscientização dos pais, em relação à importância do diagnóstico precoce das anomalias cardíacas, faz toda diferença para o êxito do tratamento. Para a Dra. Simone Pedra, cardiologista fetal e coordenadora da Unidade Fetal HCor (Hospital do Coração), a maior procura por diagnósticos mais completos se deve a preocupação dos pais e dos médicos em identificar possíveis problemas cardíacos ainda na gestação. “O acompanhamento e o tratamento de um bebê cardiopata ainda na gestação, é primordial para a saúde do feto, por isso exames cardiológicos mais específicos auxiliam a equipe médica a decidir a melhor forma de tratamento”, afirma a cardiologista.
As patologias doenças patológicas do coração têm incidência infantil significativa, atingindo de cinco a oito crianças a cada 1.000 nascidas. Cerca de 50% das cardiopatias congênitas são tão graves que podem trazer sintomas ainda dentro do útero ou imediatamente após o nascimento, com a necessidade de tratamento específico nas primeiras horas ou dias de vida. O conhecimento pré-natal destas anomalias favorece imensamente a evolução clínica destes bebês, pois permite uma programação do local ideal de nascimento, da idade gestacional e via de parto apropriada.
“Atualmente já é possível tratar ou melhorar 70% das cardiopatias congênitas, principalmente aquelas de menor gravidade, com técnicas de cateterismo. Em casos mais graves a cirurgia se faz necessária e nos mais complexos optamos pelos procedimentos híbridos, em que o cirurgião e o intervencionista trabalham juntos”, ressalta o Dr. Carlos Pedra, intervencionista pediátrico do HCor.
O ecocardiograma passou a ser o principal recurso diagnóstico dos casos de cardiopatias congênitas. Anteriormente o estetoscópio tinha esse papel. Além disto, o ecocardiograma passou a ser, também, aplicado para diagnosticar as malformações cardíacas ainda na vida fetal. E, mais recentemente, os procedimentos híbridos, que mesclam a utilização do cateterismo e da cirurgia cardíaca, também despontaram como uma alternativa promissora.
A importância do diagnóstico fetal nos primeiros meses de gestação:
As cardiopatias congênitas podem ser detectadas ainda na vida fetal. Durante a gestação, alguns exames facilitam a detecção da doença. Os exames de ultrassom morfológico, realizados rotineiramente nos primeiro e segundo trimestres gestacionais, fazem o rastreamento da má formação no coração da criança. Quando há suspeita de alguma anormalidade é realizado um ecocardiograma do coração do feto, que permite avaliar e detectar detalhadamente anormalidades estruturais e da função cardíaca.
Herança Genética:
Um dos fatores de risco para o desenvolvimento da cardiopatia congênita é a herança genética. Pais e mães portadores de cardiopatias congênitas apresentam uma chance duas vezes maior de gerar um bebê cardiopata. “O mesmo ocorre quando o casal já gerou um bebê com malformação cardíaca. Algumas cardiopatias, em particular, tem uma chance de recorrência ainda maior, chegando até 10% em gestações subsequentes”, ressalta Dra. Simone.
Não há formas de prevenir a doença, porém, algumas mudanças comportamentais podem ajudar para o bom desenvolvimento do bebê. Antes de engravidar, a mulher deve procurar um médico para ver se seu estado de saúde está bem e iniciar a ingestão diária de uma vitamina chamada “ácido fólico”, que deve ser receitada pelo obstetra. “A deficiência dessa vitamina pode ser um fator desencadeador de malformações cardíacas e do sistema nervoso central do feto. Além do acompanhamento médico, a grávida deve adotar uma alimentação saudável, abolir o fumo, as bebidas alcoólicas e o consumo de medicamentos sem o conhecimento do seu especialista”, destaca a cardiologista.