Março Lilás conscientiza mulheres sobre prevenção do câncer de colo de útero
Estudos sobre o câncer de colo do útero, associam o aparecimento da doença principalmente à infecção pelo Papilomavírus humano, o HPV, vírus transmitido na grande maioria das vezes pela atividade sexual. Outros fatores relacionados ao aumento do risco de desenvolvimento desse tumor são: início precoce de atividade sexual, multiplicidade de parceiros, história familiar de tumores, tabagismo, higiene inadequada e imunidade comprometida. Apesar de uma grande porcentagem de mulheres se infectarem por HPV, a grande maioria se cura espontaneamente e somente um pequeno número delas apresentará as chamadas lesões precursoras chamadas de Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC), lesões essas que, se não tratadas, poderão evoluir para tumores invasores. Essas lesões são mais comuns em mulheres jovens. Para conscientizar a população sobre a doença, a campanha Março Lilás alerta para que mulheres se atentem para a prevenção e também para a detecção precoce do câncer de colo de útero. Considerado o terceiro tipo de câncer mais frequente entre as mulheres brasileiras, atrás do câncer de mama e colorretal e a quarta causa de morte entre as mulheres por câncer no Brasil, foram estimados cerca de 16 mil novos casos dessa neoplasia no ano de 2020, de acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer). Esta incidência é três vezes mais alta do que as registradas nos Estados Unidos e na Austrália.
O responsável pela Cirurgia Oncológica do HCor (Hospital do Coração), Dr. Ulysses Ribeiro Jr. alerta: “O câncer de colo de útero pode ser detectado facilmente nos exames preventivos, como o Papanicolaou, por exemplo. Se diagnosticados precocemente são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso é importante a realização periódica de exames”, esclarece.
A evolução da doença, na maioria das vezes, acontece de forma lenta, passando por fases pré-clínicas detectáveis e curáveis. Se diagnosticado precocemente, as chances de cura chegam próximo a 100%.
A realização periódica do exame de Papanicolaou vem sendo reconhecido como a estratégia mais efetiva na redução da mortalidade por esse tipo de tumor assim como, a vacinação contra o HPV.
“Cerca de 90% dos casos de câncer de colo do útero podem ser atribuídos a alguns dos 13 tipos de HPV reconhecidos como oncogênicos chamados de HPV de alto risco. Os subtipos 16 e 18 são os mais comumente detectados e responsáveis por 70% dos casos de câncer”, informa o Dr. Ulysses Ribeiro Jr.
Prevenção
No Brasil, a estratégia de prevenção e diagnóstico precoce recomendada pelo Ministério da Saúde abrange a utilização de preservativos, a realização de exames de Papanicolaou, a partir dos 25 anos e a cada 3 anos se não apresentarem fatores de risco. “Para garantir a efetividade do programa de controle de câncer de colo do útero é necessário organização, integralidade e qualidade dos serviços, com indicação para um plano terapêutico mais apropriado para cada caso. Esse método de rastreamento sensível, seguro e de baixo custo, torna possível a detecção de lesões precursoras e o câncer em seu estágio inicial”, alerta Ricardo Chazan Breitbarg, responsável pela Oncologia Ginecológica do HCor.
A importância da vacina
A vacinação contra o HPV para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, que na teoria ainda não iniciaram sua vida sexual, está disponível tanto em clínicas privadas como no sistema único de saúde (SUS). Portanto, o exame de Papanicolaou e a vacinação se complementam como ações de prevenção.
Vários estudos mostram que a vacina é o melhor método de prevenção. Ela é segura e eficaz. Quanto mais cedo for a vacinação, maior a chance de se evitar o aparecimento do tumor. Essa diminuição do risco chega a ser de 90% quando as crianças são vacinadas. O benefício da vacina também atinge outros cânceres relacionados ao HPV, como os tumores da vulva, canal anal, garganta e pênis, informa Dr Ricardo Chazan Breitbarg.