Neurologista do HCor esclarece que o controle de hábitos saudáveis e pressão arterial previne o AVC
No próximo dia 29 de outubro é celebrado o Dia Mundial do AVC. Conhecido popularmente como derrame, é uma das principais causas de morte ou incapacidade com sequelas permanentes em nosso país. Mundialmente essa condição é alarmante sendo identificada uma morte por derrame cerebral a cada seis segundos, independentemente da idade ou sexo do paciente. Segundo a Organização Mundial de AVC, 70 mil brasileiros morrem de AVC todos os anos – essa é a doença que mais mata no país. Um em cada 10 pessoas que sofreram um AVC terão outro ataque nos últimos 12 meses seguintes.
Uma pessoa que sofre um derrame tem até seis horas para utilizar o medicamento específico (trombolítico) para reduzir ou evitar as sequelas permanentes. O medicamento existente no Brasil é aprovado pelos protocolos do Ministério da Saúde e sua eficácia é de 50% no que diz respeito a melhoria do paciente. Existem dois tipos de derrame, o isquêmico (que ocorre pela obstrução ou redução brusca do fluxo sanguíneo em uma artéria cerebral causando falta de circulação no território vascular) ou hemorrágico (causado pela ruptura espontânea de um vaso, com extravasamento de sangue para o interior do cérebro). O isquêmico é mais comum com aproximadamente 85% dos casos e o hemorrágico está presente em 15% dos casos.
Segundo o neurologista do HCor – Hospital do Coração, Dr. Robson Fantinato, a hipertensão é uma doença que atinge 30 milhões de brasileiros e uma das principais causas do AVC. De acordo com o Ministério da Saúde, apenas 10% dos pacientes controlam a pressão de maneira correta. “Na maioria das vezes, os pacientes são hipertensos de moderado a grave e têm hipertensão há algum tempo não controlada. Ao longo do tempo, essa pressão aumentada e não controlada leva ao estresse da parede do vaso, que sofre uma dilatação e fica frágil. Com a pressão muito alta, o vaso rompe e o sangue cai dentro do tecido cerebral e irá formar um hematoma dentro do cérebro”, explica o neurologista do HCor, Dr. Robson Fantinato.
O AVC é a segunda principal causa de morte entre pessoas acima dos 60 anos de idade, e a quinta causa principal dos 15 aos 59 anos. Ele também afeta crianças, incluindo recém-nascidos. A cada ano, cerca de seis milhões de pessoas morrem de acidente vascular cerebral sendo o responsável por mais mortes anualmente do que os atribuídos à Aids, tuberculose e malária juntos.
AVC – Dados alarmantes
No mundo, anualmente, três milhões de pessoas sofrem AVC em consequência da fibrilação atrial. A doença acomete 1,5 milhão de brasileiros e faz com que o coração bata em um ritmo irregular, fora do padrão habitual. Muitas pessoas com fibrilação atrial não têm sintomas, especialmente quando a sua frequência cardíaca não é muito rápida. Entretanto, os sinais comuns incluem palpitações, tontura, dores no peito e falta de ar. O derrame é a principal complicação desta arritmia, que acontece por causa da formação de coágulos no coração que, ao se desprenderem, chegam até o cérebro. A cada seis derrames, um ocorre em pacientes com fibrilação atrial e 75% das vítimas de AVC por fibrilação atrial ficam severamente dependentes.
Fatores de risco e prevenção do AVC:
- Mantenha uma dieta saudável;
- Pratique atividade física regularmente;
- Evite o fumo e limite o consumo de álcool;
- Conheça os próprios fatores de risco como a hipertensçao, diabetes e colesterol;
- Cuidado com o estresse e depressão;
- Fique atento ao acúmulo de gordura abdominal.
Como identificar um AVC:
- Alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar;
- Confusão, alteração da fala ou compreensão;
- Alteração na visão, dor de cabeça súbita, intensa e sem causa aparente;
- Fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo.
Sobre o Check-up Neurológico do HCor
Com uma abordagem diferenciada para avaliar os riscos e a presença de doenças cérebro-vasculares e disfunções cognitivas, o check-up tem o objetivo de diagnosticar precocemente as demências (vasculares: corticais e subcorticais, degenerativas, incluindo a doença de Alzheimer) e avaliar o risco de AVC (derrame).
A análise é realizada por meio de avaliação neurológica e neuropsicológica, além de exames especializados como eletroencefalograma com mapeamento com análise quantitativa; angioressonância e ressonância nuclear magnética do cérebro e doppler das artérias carótidas e vertebrais.
O check-up neurológico possibilita, em poucas horas, promover uma análise clínica e um diagnóstico precoce para oferecer a melhor abordagem terapêutica ao paciente, pois quanto mais precoce o diagnóstico maior a chance de controle da evolução da doença. Em alguns casos é possível até mesmo evitar ou minimizar o risco de AVC.
Vislumbrando que a própria definição de vida envolve o funcionamento adequado do cérebro, é clara a importância de se realizar uma avaliação cerebral após os 50 anos. “Uma das grandes preocupações da população na terceira idade que procura um neurologista é a Doença de Alzheimer, entre as demências e os acidentes vasculares cerebrais (AVC). Com foco nessas preocupações o check-up é suma importância, pois trabalha de forma preventiva e detecta possíveis distúrbios, facilitando assim a escolha do tratamento adequado”, destaca o Dr. Robson Fantinato, neurologista do HCor.