Calor e umidade são as principais causas para doenças de pele no verão e podem aumentar em até 50% as consultas em clínicas dermatológicas
Especialista do HCor explica como identificar e prevenir as doenças de pele mais comuns do verão
Sol e umidade em excesso, contato com ambientes com grande circulação de pessoas, praias e piscinas. Esses são alguns dos cenários propícios para o surgimento de doenças de pele no verão. Com a chegada da estação é comum o aumento da transpiração e umidade do corpo, e, com isso, crescem os casos de micoses, frieiras e infecções bacterianas, além de irritações na pele como brotoejas e alergias de contato. Nessa época, estima-se que há um aumento de até 50% no número de consultas em clínicas dermatológicas no Brasil, decorrentes da umidade e exposição excessiva ao sol.
De acordo com o Dr. José Antônio Sanches, Dermatologista do HCor – Hospital do Coração em São Paulo, o calor e a umidade – próprios do verão – favorecem a proliferação de bactérias e fungos, principais causadores de doenças de pele. “Com o uso de roupas úmidas por períodos prolongados como maiôs, shorts, biquínis e sungas, e maior frequência em clubes, piscinas, vestiários e praias no período do verão, onde há maior chance de contato com bactérias e fungos, muitas pessoas contraem doenças de pele comuns no verão, como frieiras, micoses, herpes labial, irritações cutâneas, entre outras. Algumas dessas doenças podem ser evitadas com atitudes simples, como escolher praias e clubes próprios para banho, evitar roupas e calçados úmidos e locais com grande número de pessoas, o que torna um agravante para o contágio das doenças”, explica o especialista.
Segundo Dr. Sanches o contato com a areia de praias frequentadas também por cães e gatos favorece a chance de contrair a larva migrans (conhecida como bicho geográfico), pois as larvas causadoras dessa parasitose encontram-se nas fezes desses animais. Além disso, em algumas regiões rurais e praias (principalmente do nordeste brasileiro) há ocorrência da tungíase, mais conhecida como bicho do pé. Já o uso de perfumes e determinados cosméticos, assim como contatos com plantas ou sucos (principalmente sumo de limão) em combinação com exposição solar desencadeia uma erupção denominada fitofotodermatose, uma espécie de queimadura solar que pode causar bolhas e manchas duradouras na pele afetada.
Já no que diz respeito ao calor e exposição excessiva ao sol pode haver o desenvolvimento das brotoejas, principalmente em crianças. A exposição solar aguda e intensa (mesmo em dias nublados), sem proteção solar, desencadeia queimaduras solares. O uso do protetor solar é muito importante para evitar o câncer da pele e o envelhecimento precoce, mas em alguns casos podem desencadear erupções acneiformes, por conta da oleosidade dos produtos.
Quando detectada alguma alteração na pele, o paciente deve procurar o auxílio de um dermatologista para fazer o diagnóstico correto e tratamento mais indicado para o seu problema. “Quando se trata de problemas de pele, algumas pessoas possuem receitas caseiras e medicamentos que podem auxiliar na melhora da doença, porém não indicamos o uso de qualquer tipo de medicamento sem a prescrição médica, visto que muitos dos sintomas apresentados são semelhantes em doenças diferentes. Por isso da importância da consulta com um especialista”, completa Dr. Sanches.
Como prevenir e evitar doenças de pele no verão:
- Evitar aglomerações em praias, piscinas, clubes;
- Evitar permanecer com roupas molhadas;
- Calçar chinelos, sandálias de borracha em vestiários, clubes;
- Evitar praias consideradas impróprias para banhos ou piscinas não adequadamente tratadas, assim como praias frequentadas por cães e gatos;
- Evitar contato com sumo/sucos/produtos cosméticos antes e durante a exposição solar (a recomendação vale também para dias nublados);
- Higiene adequada de todo corpo com frequencia, assim como enxugar adequadamente as áreas de dobras e espaços entre os dedos dos pés.