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Você pode até não ouvir falar com muita frequência do câncer no estômago, mas na lista dos tumores que mais matam, elaborada pelo Inca – Instituto Nacional do Câncer –, ele aparece em 4º lugar.
“Anualmente, temos mais de 20 mil casos de câncer no estômago e, infelizmente, mais de 50% são diagnosticados em situação que já não têm mais chances de cura”, afirma o Dr. Osmar Kenji Yagi, cirurgião do aparelho digestivo do HCor.
Quando descoberto a tempo, esse tipo de câncer tem alta taxa de cura, mas isso nem sempre acontece. “Se fazemos a cirurgia com intenção curativa, nós curamos mais da metade dos casos de câncer no estômago, mas para isso é preciso encontrar o paciente quando a doença está no começo” explica o cirurgião do HCor.”.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do biênio 2018/2019, sejam diagnosticados 21.290 novos casos de câncer de estômago (13.540 em homens e 7.750 em mulheres) no Brasil. Esses valores correspondem a um risco estimado de 13,11 casos novos a cada 100 mil homens e 7,32 para cada 100 mil mulheres. Entre homens, é o quarto tipo mais incidente e o sexto entre as mulheres.
O câncer de estômago afeta principalmente as pessoas mais velhas. A idade média dos pacientes quando são diagnosticados é de 68 anos. Cerca de 60% dos pacientes com câncer de estômago tem 65 anos ou mais. O risco médio de uma pessoa desenvolver câncer de estômago em sua vida é cerca de 1 em 154. Os riscos individuais podem ser influenciados por alguns outros fatores.
Diagnóstico x sintomas de câncer no estômago
A importância do diagnóstico precoce do câncer no estomago é tão grande que, de acordo com o médico do HCor, esse é um ponto que precisa ser amplamente difundido. “As pessoas precisam entender que a gente não deve esperar o emagrecimento, vômitos com sangue, perfuração gástrica para buscar um diagnóstico, porque os sintomas de câncer no estômago em estágio inicial não apresentam indícios muito importantes. Por isso, a ocorrência de dor no estômago com mais de duas semanas de duração precisa ser investigada”, alerta o médico que completa: “Emagrecimento, vômitos com sangue, entre outras coisas não são sintomas do câncer no estômago em si, e sim sintomas de complicações do tumor”.
O médico diz ainda que as pessoas devem ter em mente que uma perda de peso inexplicada precisa ser verificada. “Muitas pessoas começam a apresentar uma perda de peso e não buscam ajuda. É preciso ligar o alerta de que alguma coisa está errada. Não precisa esperar emagrecer 20 quilos para buscar assistência médica. As nutricionistas sempre consideram normal a variação de 2 quilos, mas se perder mais que isso, tem que investigar o que está causando. O câncer no estômago, por exemplo, é um dos que faz o paciente perder mais peso. Em casos de câncer de intestino, próstata, mama, a perda de peso não é importante, mas quem tem problemas no estômago logo sente falta de apetite e isso tem que ser investigado e não comemorado”, pontua o médico do HCor.
Kenji Yagi alerta também para o fato de que no Brasil as pessoas, muitas vezes, negligenciam a dor no estômago persistente, e conta que em países com risco aumentado para câncer no estômago, a realização de endoscopia é indicada anualmente a partir dos 50 anos de idade. “Nas décadas passadas, a endoscopia era feita com o paciente acordado e isso era traumatizante, mas, atualmente, o paciente não vê nada. Esse exame quase não aumenta os riscos, causa pouco desconforto e somente ele permite um diagnóstico precoce para fazer o tratamento e conseguir a cura da doença. Não há razão para ele não ser feito”.
Causas do câncer no estômago
Engana-se quem acredita que a vida agitada e os elevados níveis de estresse são os causadores desse tipo de câncer: “A gastrite aguda e a úlcera gástrica não têm correlação com o câncer gástrico. Isso é mito, porque até agora não há dados científicos que nos leve a essa conclusão”.
De acordo com o cirurgião, o fator genético é bastante forte entre os casos de câncer no estômago, mas a má alimentação também é uma grande causadora da doença. O alto consumo de produtos enlatados, industrializados e, principalmente, os excessivamente salgados, trazem riscos consideráveis para a saúde do órgão.
“A medicina já constatou que há relação entre as pessoas que consomem excesso de produtos industrializados, ou com muito sal, com o câncer no estômago. Países que consomem muito sal têm um índice elevado da doença, ao contrário dos que consomem menos”, explica Kenji Yagi.
Por isso, diminuir o consumo de sal é uma necessidade preventiva. “Existem vários programas em países que têm incidência de câncer no estômago para a redução anual de alguns miligramas nos alimentos e isso tem surtido efeito. Mas, de forma geral, é preciso desenvolver uma alimentação saudável com o consumo de mais legumes, verduras e coisas frescas em detrimento dos industrializados. Sabemos que, em alguns países, o limite de consumo de sal é de 5 a 6 gramas; e no Brasil a gente consome muito mais que isso. Segundo o IBGE, cada brasileiro consome 11 gramas de sal, ou seja, o dobro do recomendado. Por isso, a conscientização é importantíssima, uma vez que esse consumo realmente aumenta o risco da doença”.
Tratamento e cirurgia do câncer no estômago
Para quem sofre com o tumor, as notícias são boas. Recentemente o câncer no estômago ganhou o primeiro tratamento dentro da imunoterapia.
“Vários tumores bloqueiam o sistema de defesa do organismo. Agora, nós temos medicamentos que destroem esse bloqueio, o que melhora a defesa imunológica contra os tumores. Estamos na fase inicial de estudos, mas estamos cada vez mais próximos de um medicamento que vai trazer a cura e ajudar uma porcentagem significativa dos pacientes com o câncer no estômago avançado. A novidade está em ter um inibidor daquilo que bloqueia a imunologia, o que favorece um pouco mais o tratamento desse tipo de tumor”.
Para os que, dentro do tratamento do câncer, optam pela cirurgia – e sentem medo da necessidade de retirar o órgão –, o cirurgião tranquiliza: “De fato, são poucos os casos em que a pessoa não tira o estômago. Em 90% das operações, a gente tira quase todo ou todo o estômago, e aí pegamos esse pedaço de estômago que sobrou e ligamos direto no intestino, ou o paciente simplesmente fica sem estômago. Mas, ele sobrevive sem maiores transtornos dessa forma. O prejuízo e comprometimento da qualidade de vida é praticamente zero. Inicialmente, o paciente tem que comer mais vezes ao dia, mas a longo prazo, pouca coisa muda em sua vida. Alguns precisam de suplementação vitamínica e acabam sofrendo uma perda de peso pequena, mas isso não compromete o paciente, é detalhe técnico, o paciente tolera bem essa retirada”, garante o cirurgião do HCor.
Nos EUA, o número de novos casos de câncer de estômago diminuiu aproximadamente 1,5% ao ano nos últimos 10 anos. O câncer de estômago é muito mais comum nos países menos desenvolvidos, sendo uma das principais causas de mortes relacionadas ao câncer no mundo.
Esses valores correspondem a um risco estimado de 13,11 casos novos a cada 100 mil homens.
7,32 casos novos a cada 100 mil mulheres. Entre homens, é o quarto tipo mais incidente e o sexto entre as mulheres.
Tipos de Câncer
Adenocarcinoma
Cerca de 95% das neoplasias de estômago são adenocarcinomas. O termo câncer de estômago ou câncer gástrico, quase sempre se refere ao adenocarcinoma. Esses cânceres se desenvolvem a partir das células que formam a camada mais interna do estômago (mucosa).
Linfoma
Os cânceres do sistema imunológico são encontrados na parede do estômago, e correspondem a cerca de 4% dos cânceres de estômago. O prognóstico e tratamento desse tipo de câncer de estômago dependem do tipo do linfoma.
Tumor Estromal Gastrointestinal (GIST)
Os tumores gastrointestinais são raros e se iniciam nas células da parede do estômago denominadas células intersticiais de Cajal. Alguns desses tumores são benignos e outros malignos. Embora estes tumores possam ser encontrados em qualquer parte do aparelho digestivo, a maioria ocorre no estômago.
Tumor Carcinoide
Esses tumores se originam nas células do estômago que produzem hormônios. A maioria desses tumores não se dissemina para outros órgãos. Cerca de 3% dos cânceres de estômago são tumores carcinoides.
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